Estudo revela como cães podem ajudar na saúde mental de humanos

Especialistas explicam por que os cachorros fortalecem aumentam o bem-estar e ajudam em fases de mudança em todas as idades

A presença de um cão em casa pode fazer mais pela mente humana do que muita gente imagina. Psicólogos e especialistas em comportamento apontam que a convivência com animais de companhia modifica rotinas, influencia emoções e reforça vínculos familiares. Da infância à velhice, eles atuam como fonte de equilíbrio emocional e ajudam na gestão do estresse, da solidão e até de processos de luto.

Em lares, praças e instituições, cachorros demonstram um impacto profundo na saúde emocional. Profissionais destacam que sua energia e espontaneidade despertam memórias, reforçam a autoestima e criam novas oportunidades de interação social. Em idosos que vivem em instituições, por exemplo, a chegada de cães treinados provoca expectativa, alegria e conexões com lembranças importantes da infância. Segundo a gerontóloga Graciela Spinelli, esses encontros reduzem o estresse e estimulam o convívio, dando nova estrutura à rotina.

A mudança no papel dos animais também aparece no dia a dia das famílias. Antes vistos como guardiões, hoje ocupam espaço afetivo central no lar. A psicanalista Any Krieger, entrevistada pelo Infobae, observa que muitos tutores priorizam o bem-estar do animal e vivenciam a perda de um cão com intensidade semelhante ao luto por pessoas próximas. Para ela, os cães funcionam como apoio emocional em momentos de crise, solidão, mudanças de casa, separações e fases de autonomia na vida adulta e jovem.

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A convivência cotidiana também atua como reguladora emocional. A especialista em intervenções assistidas com cães Carmen Pérsico explica, também ao Infobae, que acariciar ou apenas estar perto do animal libera hormônios ligados ao bem-estar, reduz a ansiedade e melhora a autoestima. Pequenas tarefas, como passear e cuidar do animal, ajudam a organizar o dia, estimulam o movimento e combatem a sensação de inutilidade, especialmente em pessoas que enfrentam solidão ou fragilidade emocional. Em idosos, os efeitos positivos aparecem de forma ainda mais rápida e intensa.

Entre crianças e adolescentes, o vínculo com cães incentiva empatia, cuidado com o outro e interação social. A psicanalista María Fernanda Rivas destaca que os cães funcionam como espelhos emocionais, percebendo mudanças de humor e oferecendo estabilidade em momentos de adaptação, como entrada na escola, chegada de um irmão ou separações familiares. Para adultos, o apoio emocional inclui conforto no luto, redução da solidão e retomada da leveza no cotidiano.

O fortalecimento desse vínculo ganhou destaque durante a pandemia, quando a convivência diária evidenciou a importância emocional dos animais de companhia. Segundo especialistas, quando o cuidado é responsável e afetuoso, os benefícios são claros e duradouros.

Pesquisas culturais e históricas também mostram a evolução dessa relação. O historiador Yuval Harari aponta que a conexão entre humanos e cães deixou de ser utilitária para assumir caráter emocional e social. Em vários países, leis e mudanças culturais já reconhecem famílias multiespécie e ampliam a proteção aos animais.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação Duo, FBK, Gira e Viver.

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