A busca constante por
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)
Segundo a Organização Mundial da Saúde, entre 1% e 2% da população mundial convive com algum grau de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). No Brasil, estima-se que cerca de 4 milhões de pessoas sejam afetadas.
Especialistas identificam diferentes manifestações do comportamento compulsivo. Entre elas estão o TOC de contaminação, que leva à limpeza excessiva; o de simetria, que exige que objetos estejam perfeitamente alinhados; o de verificação, marcado por checagens repetidas; e o de organização, que envolve classificação obsessiva de itens.
Nem toda mania de organização indica um problema, mas diferenciar um comportamento saudável de um que causa sofrimento é essencial.
O que dizem os especialistas
A psicóloga espanhola Noelia Sancho, citada em reportagem do site ClickGrátis, afirma que sentir bem-estar ao manter a casa organizada é normal, já que o ambiente externo influencia diretamente o estado emocional. Estudos mostram que a bagunça visual pode elevar o estresse e prejudicar a concentração, especialmente em pessoas mais sensíveis ao caos.
O problema surge quando a organização passa a dominar o cotidiano. Pessoas que só conseguem relaxar depois de reorganizar objetos repetidamente ou que seguem regras rígidas para manter tudo em ordem podem estar lidando com sintomas de TOC. O transtorno é marcado por obsessões, pensamentos intrusivos que geram ansiedade, e compulsões, como rituais repetitivos para aliviar o desconforto.
Casos como o do ex-jogador inglês David Beckham, que já revelou sofrer com compulsão por limpeza e ordem, mostram como o transtorno interfere na vida pessoal e até no sono.
Causas, sintomas e tratamento do TOC
As causas do transtorno são diversas. Pesquisas apontam fatores genéticos, alterações em áreas específicas do cérebro e experiências traumáticas como possíveis responsáveis. Ambientes rígidos durante a infância também podem contribuir para o desenvolvimento do problema.
Alguns sinais servem de alerta. Se os rituais ocupam mais de uma hora por dia, prejudicam relações, trabalho ou estudos, ou causam ansiedade intensa quando algo está fora do lugar, é importante buscar ajuda. Sentimentos de vergonha e isolamento também são comuns em quem convive com o transtorno.
O tratamento mais indicado combina terapia cognitivo-comportamental com medicamentos quando necessário. A terapia ajuda o paciente a enfrentar a ansiedade e reduzir as compulsões de forma gradual.
Para quem apresenta apenas tendências leves à organização, Sancho recomenda transformar tarefas domésticas em exercícios de atenção plena. Já para quem deseja manter bons hábitos sem cair em exageros, a dica é começar devagar, adotando poucas tarefas por vez.
A participação da família também é fundamental. Especialistas alertam que reforçar rituais compulsivos, mesmo com intenção de ajudar, pode agravar o problema. O ideal é oferecer apoio emocional sem alimentar comportamentos prejudiciais.