Problemas na família e desemprego são os principais motivos que levam pessoas a morar nas ruas do país. É o que aponta um levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgado nesta segunda-feira (11).
Segundo o estudo, a fragilização ou ruptura de vínculos familiares é citada por 47,3% das pessoas. Em seguida, aparecem o desemprego (40,5%), o alcoolismo e outras drogas (30,4%), além da perda de moradia (26,1%).
De acordo com o Ipea, as causas para a situação de rua no Brasil podem ser organizadas em três dimensões: a exclusão econômica (envolvendo a insegurança alimentar, o desemprego e déficit habitacional nos grandes centros); a fragilização ou ruptura de vínculos sociais (particularmente vínculos familiares e comunitários, por meio dos quais essas pessoas poderiam ser capazes de obter acolhimento em situações de dificuldade); e os problemas de saúde (particularmente, mas não somente, aqueles relacionados à saúde mental).
Siga o canal da
Os resultados são parte de uma série de dados feita por Marco Natalino, especialista em políticas públicas e gestão governamental da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais (Disoc) do Ipea.
A análise mostra também que o tempo de permanência na rua está fortemente associado ao motivo para a situação de rua. Os problemas familiares estão associados a um tempo de permanência maior. Isso ocorre também com os motivos relacionados à saúde, em especial, pelo uso abusivo de álcool e outras drogas. Por outro lado, razões econômicas, como o desemprego, estão associadas a episódios de rua de mais curta duração.
No agregado, 33,7% vivem nas ruas há menos de 6 meses. Enquanto isso, 14,2% entre 6 meses e 1 ano, 13% entre 1 e 2 anos, 16,6% entre 2 e 5 anos, 10,8% entre 5 e 10 anos e 11,7% há mais de 10 anos.