A taxa de mortalidade pelo
Diagnósticos tardios e dificuldade no acesso à realização de exames são algumas das mais importantes causas de prevalência do câncer colorretal. Um dos sinais de alerta para a doença apontados no estudo é o aumento dos casos em jovens e adultos, tendência que contraria o comportamento esperado da doença.
De acordo com o professor José Joaquim Ribeiro da Rocha, do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, hábitos de vida ocidentais, em especial os relacionados à alimentação, contribuem para esse cenário.
“A alimentação, hoje, é pobre em fibras e bastante abundante em carnes processadas e ultraprocessadas como salsicha, bacon, pizza, mortadela, presunto, linguiça e steak. Esses alimentos utilizam grande quantidade de conservantes na sua produção, algo considerado prejudicial para a saúde”, explicou.
O professor também pontua que os maiores desafios são a falta de investimento tecnológico no rastreamento da doença, a demora nos atendimentos e a detecção tardia do câncer.
“Hoje, no Brasil, existem exames como colonoscopia, pesquisa de sangue oculto nas fezes e polipectomia, mas eles ainda não são suficientes, pois há muita demanda de pessoas na fila de espera, o que ocasiona atrasos no diagnóstico e no tratamento. Isso se torna pior em regiões com maiores desigualdades sociais, como Norte e Nordeste”, detalhou.
Ainda segundo o estudo, é estimado que haja um aumento de 37,63% em mulheres e 35% em homens na incidência do câncer colorretal. De acordo com o especialista, o índice de aumento das mulheres está relacionado ao diagnóstico tardio.
“As mulheres, muitas vezes, demoram mais para serem diagnosticadas com câncer, por vários fatores, como a demora em buscar atendimento médico, realizar exames e falta de acesso adequado ao sistema de saúde. Esse grupo acaba priorizando a família e deixando sua saúde de lado. Por outro lado, o sistema de rastreamento da doença, por mais que seja necessário, não é bem estruturado quanto à prevenção e exames de câncer de mama e de colo de útero”, reforçou.
*Com Jornal USP
(Sob supervisão de Edu Oliveira)