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Cigarro eletrônico pode aumentar risco de pré-diabetes e levar ao tabagismo, diz estudo

Pesquisas apontam que o vape eleva as chances de pré-diabetes e diabetes, além de estar associado ao uso de cigarro convencional e outras substâncias

Vapes tem venda proíbida no Brasil desde 2009

Apresentados como alternativa “menos nociva” ao cigarro convencional, os cigarros eletrônicos vêm sendo cada vez mais associados a riscos adicionais à saúde. Pesquisas recentes indicam que o dispositivo pode funcionar como porta de entrada não apenas para o cigarro tradicional, mas também para o consumo de outras drogas.

Um estudo da Universidade da Geórgia (EUA) concluiu que tanto o cigarro convencional quanto o eletrônico elevam a probabilidade de desenvolver pré-diabetes e diabetes. A pesquisa é da revista científica AJPM Focus, que analisou mais de 1,2 milhão de registros do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco Comportamentais dos Estados Unidos.

Segundo os pesquisadores, fumantes ou usuários de cigarros eletrônicos apresentam risco significativamente maior de diagnóstico dessas doenças em comparação a quem não fuma.

Embora tenham sido divulgados como auxílio para parar de fumar, os cigarros eletrônicos ainda não têm eficácia comprovada nesse papel. Pelo contrário: estudos mostram que a nicotina presente nesses dispositivos pode levar ao uso de cigarros convencionais, álcool, cannabis, opioides e até drogas sintéticas, como cocaína e MDMA.

A preocupação é maior entre adolescentes e jovens, que representam a maioria dos usuários. Segundo os pesquisadores, o aumento da popularidade dos e-cigarros na última década tem impulsionado o chamado “uso duplo” — quando o cigarro eletrônico é consumido junto com outras substâncias.

Risco maior para quem combina cigarro e vape

O levantamento identificou diferenças no risco conforme o tipo de consumo:

  • Cigarro eletrônico: aumenta em 7% a chance de pré-diabetes;
  • Cigarro convencional: eleva o risco para 15%;
  • Uso combinado de ambos: risco sobe para 28%.

Fatores de risco semelhantes

De acordo com os pesquisadores, o uso de cigarro eletrônico e o cigarro convencional compartilham fatores de risco semelhantes: influência de pares, histórico familiar de tabagismo, impulsividade e exposição a outras substâncias ilícitas.

Isso significa que, embora ainda haja debate sobre o papel exato do cigarro eletrônico como “porta de entrada”, existe consenso de que ambos os comportamentos estão fortemente relacionados. Os especialistas destacam que, apesar das evidências crescentes, ainda são necessários estudos de longo prazo para confirmar definitivamente a ligação entre o cigarro eletrônico e o aumento do uso do cigarro convencional.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.