Pequena em tamanho, mas poderosa em ação, a
Com isso, a produção aumentada ou insuficiente pode gerar problemas como o hipertireoidismo e o hipotireodismo, e impactar diversas partes do corpo. “Em resumo, fazendo uma analogia, é como se os hormônios produzidos pela tireoide fossem como o maestro que rege uma grande orquestra, que são nossos diversos órgãos”, ressaltou o endocrinologista e Professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Gustavo Penna à Itatiaia.
De acordo com o médico, quando a tireoide produz mais hormônios – hipertireoidismo –, há uma aceleração do organismo. Por outro lado, se a glândula produz menos hormônio, acontece uma lentidão das funções dos órgãos. “A principal causa tanto do hipertireoidismo quanto do hipotireoidismo é a produção de anticorpos pelo próprio organismo que agem na nossa glândula. Portanto, ambas são doenças autoimunes”, afirmou Gustavo Penna.
A tireoide pode ser acometida com três doenças principais: o hipotireoidismo, hipertireoidismo e nódulos da tireoide “Em uma porção pequena dos casos, pode ser câncer de tireoide”, ressaltou o endocrinologista em relação aos nódulos da tireoide.
Sinais do hipertireoidismo
Quando o organismo produz mais hormônios, a pessoa pode enfrentar problemas como taquicardia, tremores finos de extremidades, aumento da frequência evacuatória, perda de peso, sensação de “inquietude”.
Além disso, uma alteração ocular também pode indicar a existência do hipertireoidismo. Chamado de doença ocular da tireoide, essa condição pode resultar na proeminência dos olhos, associados à vermelhidão e irritação.
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Sinais do hipotireoidismo
Já o hipotireoidismo pode gerar uma lentidão no funcionamento dos órgãos, o que reflete na diminuição da frequência dos batimentos cardíacos (bradicardia), diminuição do movimento intestinal (constipação intestinal), unhas quebradiças, queda de cabelo, alteração do ciclo menstrual, dentre outros.
Vale ressaltar que alguns fatores de risco podem contribuir para o acometimento do hipotireoidismo. Pontos como ter história na família de parentes próximos com essa doença (mães, irmãs), ser do sexo feminino, e ter idade mais avançada indicam a necessidade de maior atenção.
Doença autoimune
Tanto o hipotireoidismo, quanto o hipertireoidismo, são doenças autoimunes. Isso porque estão associadas a produção de anticorpos pelo próprio organismo. Assim, pessoas que possuem predisposição para adquirir doenças autoimunes devem estar atentas ao funcionamento da tireoide."Sabemos que o fato de ter uma doença autoimune aumenta a chance de vir a ter outras”, reforçou o endocrinologista.
Tratamento
A pessoa que perceber algum sinal de alerta associado ao hipotireoidismo e ao hipertireoidismo deve procurar um endocrinologista — médico que tem o título de especialista pela sociedade brasileira de endocrinologia e metabologia. Ou contatar um serviço básico de saúde.
De acordo com o médico endocrinologista e Professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Gustavo Penna, o tratamento varia de acordo com a doença.
“Se hipotireoidismo, fazemos o tratamento com um comprimido oral (T4) que é substitui o hormônio que a tireoide não está produzindo adequadamente. Se o diagnóstico for hipertireoidismo, temos modalidades distintas de tratamento, a depender da causa desse hipertireoidismo, que pode ser com medicamento oral que diminui a produção dos hormônios tireoidianos, iodo radioativo ou até mesmo cirurgia”, explicou Gustavo Penna.
Já o nódulo de tireoide pode ser detectado durante o exame feito pelo médico, que sempre deve palpar a tireoide durante a consulta. Em alguns casos, o nódulo é percebido pelo paciente e/ou por outras pessoas.
“Caso seja nódulo de tireoide a doença apresentada, deve ser consulta com o especialista (endocrinologista) para avaliar as características desse nódulo na ultrassonografia, ver se tem indicação de uma biópsia ou não, e, a depender dessas variáveis e dos resultados, avaliar qual tratamento indicado (cirurgia, ablação, apenas seguimento, etc)”, refoçou o médico endocrinologista e Professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Gustavo Penna.
(Sob supervisão de Edu Oliveira)