A saúde do cérebro e a
A aveia e seus impactos no cérebro
Entre os cereais mais estudados, a aveia se destaca por seu alto valor nutricional. Rica em fibras, vitaminas, minerais e compostos bioativos, ela é associada à melhora da memória, da concentração e da capacidade de manter o desempenho mental ao longo do dia.
Por ser um alimento de digestão lenta, a aveia libera glicose de forma gradual na corrente sanguínea, o que fornece energia constante para o cérebro, favorecendo o foco e reduzindo a fadiga cognitiva.
Qual o melhor momento para consumir?
Estudos indicam que consumir aveia no café da manhã potencializa seus efeitos, já que, nesse período, ela contribui para uma circulação sanguínea mais eficiente no cérebro. Isso favorece a atividade das células nervosas e ajuda na proteção dos neurônios.
Além disso, compostos presentes na aveia estimulam a produção de serotonina e melatonina, substâncias essenciais para regular o humor, proporcionar bem-estar, reduzir o estresse e melhorar a qualidade do sono, fatores diretamente ligados à consolidação da memória.
Por outro lado, especialistas recomendam cautela com o consumo excessivo. O alto teor de fibras pode causar desconfortos digestivos se introduzido de forma abrupta na dieta. Além disso, seu efeito energizante pode interferir no sono, quando consumida em grandes quantidades à noite.
Outros aliados da saúde cerebral
A aveia integra uma lista de alimentos que favorecem a saúde do cérebro. Frutas como mirtilo, uva e abacate, vegetais de folhas verdes, peixes ricos em ômega-3, sementes e temperos como alecrim e cacau também contribuem para esse processo.
Esses alimentos fornecem antioxidantes, gorduras saudáveis e fitonutrientes que combatem inflamações e estimulam a neuroplasticidade, fundamental para o desenvolvimento e a proteção dos neurônios.
Alimento que ajuda a regenerar neurônios
Pesquisadores australianos identificaram um cogumelo com propriedades benéficas para o cérebro. O Hericium erinaceus, conhecido como “cogumelo juba de leão”, demonstrou capacidade de estimular a regeneração de neurônios e fortalecer a memória.
Estudos publicados em 2023 na revista Journal of Neurochemistry mostram que o cogumelo ativa fatores de crescimento nervoso, fundamentais para o desenvolvimento de conexões entre as células cerebrais. Ele estimula o crescimento de neuritos — estruturas responsáveis pela comunicação entre neurônios — especialmente na região do hipocampo, diretamente associada à formação de memórias.
Resultados em testes laboratoriais
Nos experimentos, camundongos que consumiram pequenas porções do cogumelo apresentaram aumento na produção de proteínas relacionadas ao crescimento e fortalecimento das células nervosas. Como resultado, tiveram melhorias significativas na memória e na capacidade de aprendizado.
Substâncias como a N-de feniletil isohericerina (NDPIH) e o hericeno A, encontradas no cogumelo, mostraram grande potencial para estimular o desenvolvimento de axônios e ramificações neuronais, mesmo em condições adversas.
Os achados abrem caminho para possíveis tratamentos de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, além de auxiliar na prevenção do declínio cognitivo. As propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias do Hericium erinaceus também podem colaborar na redução de dores de cabeça e outros desconfortos neurológicos.
Apesar dos benefícios promissores, especialistas recomendam que o consumo desse cogumelo seja feito com orientação médica, especialmente por pessoas com condições autoimunes.
A ciência reforça que uma alimentação equilibrada, aliada à descoberta de novos alimentos funcionais, pode ser essencial para manter a saúde cerebral e a qualidade de vida ao longo dos anos.
* Sob supervisão de Marina Dias