As taxas de infecção por bactérias resistentes a antibióticos aumentaram quase 70% entre 2019 e 2023 nos Estados Unidos, segundo um relatório dos cientistas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, da sigla em inglês) divulgado pela agência de notícias Associated Press.
Segundo o infectologista Guenael Freire, várias bactérias podem se tornar resistentes a medicamentos, mas aquelas que carregam o gene NDM são as que mais preocupam a comunidade médica. Elas são resistentes a antibióticos de última linha, aqueles geralmente usados em hospitais.
“Esta resistência ocorre por causa da produção de enzima que inativa quase todos os antibióticos existentes”, explicou o especialista.
Essas bactérias, de acordo com o especialista, se tornaram resistentes “pelo uso indiscriminado de antibióticos, tanto na medicina quanto na agropecuária, fazendo com que espécies mais bem adaptadas e resistentes e multipliquem mais rápido e se tornem dominantes em certos cenários”.
As infecções costumam surgir durante uma internação, geralmente em pacientes já debilitados e com necessidade de sondas, acessos venosos e ventilação mecânica. “Todo este suporte salva-vidas, mas aumenta o risco de infecções por bactérias resistentes, porque são portas abertas para elas em ambiente onde elas estão encontradas com maior frequência”, explicou o médico.
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Há casos no Brasil?
De acordo com o especialista, há relatos de bactérias super resistentes no Brasil. Essas causam surtos em ambientes hospitalares e até mesmo na comunidade. O aumento delas é mais rápido que o surgimento de novos remédios.