Órbi Conecta | Órbi ICT comemora oito anos com debates sobre tecnologia, ciência, saúde e felicidade

Última edição do Órbi de Portas Abertas em 2025 marcou o oitavo aniversário do Órbi Conecta, que neste ano se transformou em Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT)

Pedro Vidigal (Hospital Risoleta Tolentino Neves), Matheus Junqueira (Rede Mater Dei de Saúde) e Maria Luiza Feltran (Mera Care) no debate mediado por Louise Savassi (Hospital Madre Teresa)

O Órbi ICT reservou o tema “Saúde, Inovação e Felicidade” à última edição do Órbi de Portas Abertas, evento mensal de debates aberto ao público. Especialistas, startups e gestores discutiram como a tecnologia, boas práticas de gestão e pesquisa aplicada estão transformando o setor. O evento marcou os oito anos do Órbi, que acaba de se tornar Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) e, com isso, assume novo posicionamento, articulando pesquisa aplicada, formação técnica e modelos de negócio sustentáveis para impulsionar a inovação a partir de Belo Horizonte.

O evento teve, ainda, a presença da Chief Human Resources Officer na Sucos Tial, Flávia Reis, que apresentou iniciativas da empresa para promover bem-estar integral dos colaboradores, como benefícios que favorecem a saúde mental, saúde física e saúde financeira.

No painel “Saúde em Movimento”, o gerente de inovação da Rede Mater Dei de Saúde, Matheus Junqueira, falou sobre a importância da tecnologia aplicada ao cuidado com a saúde. Ele apresentou um case que redesenhou a jornada dos pacientes no Pronto Atendimento nos hospitais da Rede Mater de Saúde. Agora, a fila começa de casa e o paciente só se desloca ao hospital quando está próximo ao atendimento, oferecendo mais conforto no atendimento. “Em pouco tempo, reduzimos em 58% o tempo de permanência do paciente no PA e aumentamos em 30% o NPS (Net Promoter Score, uma métrica para medir a lealdade e satisfação do cliente). A solução já está em toda a região metropolitana de Belo Horizonte e agora segue para Salvador e Uberlândia”, disse.

A coordenadora de operações da Mera Care, startup residente do Órb ICT que faz a ponte entre pacientes e uma rede de profissionais de saúde para atendimento via homecare, compartilhou como a inteligência artificial (IA) usada de forma responsável tem aumentado a eficiência do serviço prestado. “A IA permite que o profissional alimente a plataforma com informações sobre seu perfil, competências e preferências no atendimento ao paciente. Isso gera um cruzamento de dados muito mais assertivo, aumentando a confiança no serviço”, explicou.

Já o diretor do Hospital Risoleta Tolentino Neves, Pedro Vidigal, levou ao debate uma reflexão sobre a necessidade de mais integração entre universidades, empresas e startups para acelerar a inovações em saúde. Ele lembrou que, durante anos, instituições acumularam patentes sem aplicação prática por falta de diálogo com o mercado. “Hoje sabemos que a parceria precisa acontecer desde o início. Quando a empresa investe na pesquisa, ela ajuda a transformar a solução em produto”, resumiu. Ele também fez um contraponto sobre o valor do cuidado na área da saúde. “Não existe tecnologia capaz de substituir a humanização, mas a IA otimiza o tempo do profissional de saúde para aplicar no cuidado”, avaliou.

O farmacêutico da Associação Angatu, Tiago Paixão, trouxe ao evento uma imersão histórica e regulatória sobre a cannabis medicinal, reforçando sua importância terapêutica e os desafios ainda existentes no país. Hoje, segundo ele, o cenário começa a mudar, especialmente após decisões recentes sobre abertura regulatória. “A cannabis é um instrumento terapêutico potente e o controle de qualidade é o elo que transforma essa planta em um medicamento confiável e seguro”, explicou Tiago, que também é fundador da Annanda, startup dedicada à pesquisa, ao desenvolvimento, ao controle de qualidade e a soluções regulatórias para o ecossistema de cannabis medicinal no Brasil.

Conhecimento traduzido em ação

Outro destaque foi o painel “Tecnologia para futuros mais humanos e felizes”, que abordou como a inovação e a transformação digital podem gerar resultados concretos na saúde, na qualidade de vida e na sustentabilidade. Dele participaram a enfermeira e pesquisadora do BioMama e CEO do Instituto Motivaser, Laura Guimarães, e a fundadora e CSO da Moondo, Aline Silva.

O Órbi é a minha casa, há exato um ano surgiu aqui um projeto de pesquisa na UFMG. Entendi na minha jornada acadêmica que o que define a gente não é apenas o currículo lattes, mas sim o que fazemos com o nosso conhecimento. Eu percorri vários universos e, a não linearidade do saber hoje, me fez alcançar um lugar de ocupação de uma enfermeira que muito me orgulho, eu sou autora de primeiro ambulatório de reconstrução mamária através de micropigmentação do SUS, fazemos parte do centro de oncologia de Betim, somos pioneiros no Brasil. Participar do Órbi se desdobrou em conexões e, desse movimento, nasceu o Biomama, projeto de pesquisa onde estamos avaliando se as reconstruções tem impacto emocional e na biomecânica das pacientes, no maior laboratório de análise de movimento da América Latina”, contou a pesquisadora do BioMama e CEO do Instituto Motivaser, Laura Guimarães.

O Órbi ICT

Sediado no bairro Lagoinha, na capital mineira, atua como laboratório urbano que conecta empresas, universidades, poder público e comunidades. Entre suas iniciativas está a Montanha Digital, com foco em transformar a região em polo de tecnologia e economia criativa, integrando desenvolvimento econômico e fortalecimento territorial. A condição de ICT amplia a atuação como escola, na execução de programas de educação executiva e tecnológica, acesso à captação de recursos públicos e privados, incluindo co-construcão de toda a jornada para submissão a editais, e parcerias institucionais, permitindo co-executar projetos estratégicos e tecnologias emergentes.

Atualmente o Órbi reúne uma comunidade de mais de 50 startups, PMEs e grandes corporações como: Grupo Bamaq, Sucos Tial, Evolua Energia, Rede Mater Dei de Saúde e Sinduscon-MG, que atuam com foco em impacto pela inovação, empreendedorismo, e a competitividade sustentável e responsável.

Leia também

O Órbi Conecta é um hub de soluções tecnológicas, educação e impacto social fundado em Belo Horizonte por Inter, MRV&Co e Localiza&Co e mantém uma coluna publicada semanalmente às terças-feiras no portal da Itatiaia.

A opinião deste artigo é do articulista e não reflete, necessariamente, a posição da Itatiaia.

Ouvindo...