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Pesquisadores da USP desenvolvem tratamento que elimina bactéria de pneumonia resistente

O método emprega luz e corante para liberar partículas que destroem a bactéria Klebsiella pneumoniae, comum em hospitais

Entre os agentes mais perigosos da pneumonia resistente está a bactéria Klebsiella pneumoniae, comum em hospitais; “superbactérias” são uma das maiores ameaças à saúde pública no século 21

Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um tratamento que elimina a bactéria de pneumonia resistente à antibióticos, considerada um dos maiores problemas atuais da saúde mundial.

Segundo o jornal da USP, a técnica utiliza luz e um corante para liberar partículas que eliminam a bactéria Klebsiella pneumoniae, causadora de infecções hospitalares. O método teve sua eficácia demonstrada em testes de laboratório, primeiro passo rumo a seu uso clínico.

A bactéria está entre os agentes mais perigosos da pneumonia, muito comum em hospitais. O jornal aponta que, a cada 15 segundos, aproximadamente, uma pessoa morre de pneumonia no mundo.

“Isso acontece, principalmente, porque os antibióticos já não são eficazes contra muitas bactérias super-resistentes”, informa a pesquisadora Fernanda Alves, do IFSC, que realiza estudos na Texas A&M University.

“Nesse cenário, a terapia fotodinâmica surge como uma alternativa promissora no combate às infecções”, ela acrescenta, em menção ao estudo.

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Nos testes em laboratório, a técnica conseguiu eliminar totalmente a bactéria. Contudo, dentro dos pulmões existe uma camada natural chamada surfactante pulmonar, que protege os alvéolos durante a respiração, e que acabava “aprisionando” o corante e diminuindo a eficácia do tratamento.

Os cientistas combinaram, então, o corante com uma substância chamada Gantrez, um tipo de polímero seguro para uso médico, que funciona como um “carregador”. O método ajudou o corante a atravessar a barreira natural dos pulmões e a alcançar as bactérias.

Com essa combinação, o número de microrganismos foi reduzido em milhares de vezes, mesmo na presença da barreira pulmonar. Ou seja, a técnica mostrou que pode funcionar também em condições mais próximas da realidade do corpo humano.

Os teste ainda estão na fase de laboratório, mas se a técnica for confirmada em estudos com animais e pacientes, a terapia pode se tornar uma alternativa aos antibióticos.

Mestrando em Comunicação Social na UFMG, é graduado em Jornalismo pela mesma Universidade. Na Itatiaia, é repórter de Cidades, Brasil e Mundo