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Menopausa precoce afeta uma em cada 100 mulheres, alerta especialista

Insuficiência ovariana prematura traz impactos físicos, emocionais e aumenta risco de doenças; tratamento individualizado melhora qualidade de vida

Tofu, alimento derivado da soja, é apontado por especialistas como um aliado natural no alívio dos sintomas da menopausa

A menopausa precoce, também chamada de insuficiência ovariana prematura, afeta cerca de uma em cada 100 mulheres, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A condição interrompe precocemente a ovulação e a produção de hormônios como estrogênio e progesterona, causando consequências físicas, emocionais e sociais.

“É um processo irreversível e que pode gerar impacto emocional profundo. Muitas mulheres sentem que estão envelhecendo antes da hora e podem vivenciar um luto pela infertilidade”, afirma Nanci Utida, Diretora Associada de Assuntos Médicos da Organon Brasil.

Como acontece

A menopausa precoce pode ocorrer espontaneamente ou ser causada por doenças autoimunes, tratamentos contra o câncer ou cirurgias. Seus sinais, como alterações no ciclo menstrual, insônia, lapsos de memória, irritabilidade, pele ressecada e diminuição da libido, muitas vezes são confundidos com estresse ou cansaço.

Exames, como a dosagem do hormônio anti-Mülleriano, ajudam a identificar a condição, mas ainda não são pedidos rotineiramente.

Além da infertilidade, a menopausa precoce acelera o envelhecimento e aumenta o risco de osteoporose, doenças cardiovasculares, síndrome metabólica, depressão e ansiedade. Embora não seja possível reverter a condição, o tratamento individualizado — que pode incluir reposição hormonal, suplementação de cálcio e vitamina D, exercícios físicos e apoio psicológico — ajuda a melhorar a qualidade de vida e prevenir complicações. “Os benefícios da reposição hormonal costumam superar os riscos, principalmente para proteger a saúde óssea e cardiovascular”, reforça a especialista.

Estudos indicam que, embora pareça mais frequente, a condição mantém índices estáveis: cerca de 3,7% das mulheres apresentam insuficiência ovariana primária, e 12,2% passam pela menopausa precoce. O que mudou, segundo Nanci Utida, é a maior conscientização e procura por ginecologistas, além do acesso a exames que identificam casos antes negligenciados.

*Sob supervisão de Lucas Borges

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Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas