A modelo Barbara Palvin, de 31 anos, apareceu nas redes sociais para falar sobre o seu diagnóstico de
“Há alguns anos tenho lidado com as dificuldades que a menstruação pode trazer: fadiga, dor intensa, fluxo pesado e irregular, noites sem dormir no chão do banheiro. Eu pensava que era assim mesmo, mas recentemente me aconselharam a procurar um especialista em endometriose para ver se meus sintomas eram causados por isso”, iniciou.
Palvin relembrou como descobriu a doença: “Eu ia ao ginecologista todos os anos e achava que, se tivesse endometriose, já saberia. Mas, ao que parece, a endometriose não pode ser diagnosticada em exames ginecológicos de rotina. Eu fui [diagnosticada] e três meses depois, fiz a cirurgia. Desde então, finalmente tive um ciclo mais tranquilo, e agora sei a diferença”.
Segundo a modelo húngara, ela precisou tirar um tempo após o procedimento para cuidar da sua saúde. "É também por isso que tirei os últimos três meses para descansar e me recuperar completamente. Estou animada com este novo capítulo da minha vida e pronta para voltar ao trabalho”, afirmou.
No fim do texto, Barbara alertou a seguidoras sobre a importância do diagnóstico precoce. “Se você suspeita que pode ter endometriose, te encorajo a investigar. Isso me ajudou muito e sou grata por ter feito isso”, disse.
“O diagnóstico e tratamento precoces são muito importantes para prevenir complicações a longo prazo, e agora estou mais atenta ao meu corpo para agir rápido se precisar”, encerrou ela.
Barbara Palvin se tornou uma das ‘angels’ da Victoria’s Secrets e se destacou na passarela do desfile, que é um dos principais da moda mundial. A modelo é casada com o ator Dylan Sprouse, de 33 anos.
Endometriose
A endometriose é uma doença ginecológica inflamatória que
À Itatiaia, o médico e diretor da Associação de Ginecologistas e Obstetras, Eduardo Cândido, contou que a descoberta da doença costuma demorar cerca de 6 a 8 anos. Segundo ele, é uma condição relacionada ao hormônio feminino estrogênio e acontece quando um tecido é estimulado fora do útero. Ela é diagnosticada a partir de um exame clínico feito pelo ginecologista.
“O diagnóstico é geralmente feito considerando a persistência dos sintomas dessas pacientes. Quando a paciente começa a ter um estímulo desse estrogênio que funciona nos ovários, ela começa às vezes se tornar assintomática. A manifestação clínica muitas vezes vem por uma cólica menstrual importante, vem também por caráter de dor no pé da barriga, no baixo ventre”, relata o médico.
Demora no diagnóstico
Segundo o profissional, o diagnóstico costuma demorar ou por falta de conhecimento da paciente, que não procura ajuda ao sentir as dores fortes, ou por dificuldade do próprio médico, que não encontrou sinais o suficiente para diagnosticar a doença.
“O diagnóstico muitas vezes se atrasa pela condição, muitas vezes nossas [médicos], de não sabemos lidar com sinais e sintomas das pacientes, e ignorarmos essa sintomatologia desde o seu início. Muitos estudos mostram uma possibilidade de retardo desse diagnóstico em cerca de 6 a 8 anos, o que é muito tempo que a gente perde na condução terapêutica e na melhoria da qualidade de vida dessas pacientes”, explicou.
Sintomas e tratamento
Apesar de não ter cura, o tratamento pode diminuir os sintomas e evitar complicações. Entre os principais sintomas estão dor pélvica, dor durante a relação sexual, cólicas menstruais intensas, dor ao urinar ou evacuar, infertilidade ou dificuldade para engravidar, sangramento excessivo e inchaço antes ou durante a menstruação.
“Tem controle adequado para devolver às pacientes a qualidade de vida. O tratamento vem pelo manuseio das condições mais importantes para paciente, como o cuidado da infertilidade e controle da dor. Muitas vezes a gente pode fazer a hormônio-terapia com as pílulas contraceptivas, que bloqueiam o hormônio endógeno da paciente e aí a gente consegue melhorar a qualidade de vida, bloqueando o eixo menstrual dela. A gente ainda pode lançar a mão do caráter cirúrgico, quando há necessidade”, pontua Eduardo Cândido.