Este domingo (7) é considerado o Dia Internacional da Luta contra Endometriose, doença ginecológica inflamatória que afeta 10% das mulheres brasileiras de 13 a 45 anos. O disgnóstico da condição, entretanto, costuma a ser demorado, podendo prolongar dores e complicações na vida das mulheres.
Segundo o médico e diretor da Associação de Ginecologistas e Obstetras, Eduardo Cândido, o diagnóstico da endometriose costuma demorar cerca de 6 a 8 anos. A endometriose, segundo ele, é uma doença relacionada ao hormônio feminino estrogênio e acontece quando um tecido é estimulado fora do útero. Ela é diagnosticada a partir de um exame clínico feito pelo ginecologista.
“O diagnóstico é geralmente feito considerando a persistência dos sintomas dessas pacientes. Quando a paciente começa a ter um estímulo desse estrogênio que funciona nos ovários, ela começa às vezes se tornar assintomática. A manifestação clínica muitas vezes vem por uma cólica menstrual importante, vem também por caráter de dor no pé da barriga, no baixo ventre”, relata o médico.
Eduardo explica que a demora no diagnóstico costuma demorar ou por falta de conhecimento da paciente, que não procura ajuda ao sentir as dores fortes, ou por dificuldade do próprio médico, que não encontrou sinais o suficiente para diagnosticar a doença.
“O diagnóstico muitas vezes se atrasa pela condição, muitas vezes nossas [médicos], de não sabemos lidar com sinais e sintomas das pacientes, e ignorarmos essa sintomatologia desde o seu início. Muitos estudos mostram uma possibilidade de retardo desse diagnóstico em cerca de 6 a 8 anos, o que é muito tempo que a gente perde na condução terapêutica e na melhoria da qualidade de vida dessas pacientes”.
Tratamento da endometriose
A doença não tem cura, mas tem tratamento que pode diminuir os sintomas e evitar complicações.
“Tem controle adequado para devolver às pacientes a qualidade de vida. O tratamento vem pelo manuseio das condições mais importantes para paciente, como o cuidado da infertilidade e controle da dor. Muitas vezes a gente pode fazer a hormônio-terapia com as pílulas contraceptivas, que bloqueiam o hormônio endógeno da paciente e aí a gente consegue melhorar a qualidade de vida, bloqueando o eixo menstrual dela. A gente ainda pode lançar a mão do caráter cirúrgico, quando há necessidade”, relata Eduardo Cândido.