Este domingo (7) é considerado o Dia Internacional da Luta contra Endometriose, doença ginecológica inflamatória que afeta 10% das mulheres brasileiras de 13 a 45 anos. No mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 180 milhões de mulheres sofrem com a endometriose e, destas, sete milhões são brasileiras.
A endometriose, como explica o médico e diretor da Associação de Ginecologistas e Obstetras, Eduardo Cândido, é uma doença relacionada ao hormônio feminino estrogênio e acontece quando um tecido é estimulado fora do útero.
“A endometriose é a localização do endométrio fora do útero. O tecido endometrial é aquele tecido que se descama toda vez que a paciente menstrua, e o local de origem dele é dentro do útero. Localizado fora do útero, ele pode provocar alguns sintomas e alterações que trazem uma piora na qualidade de vida da paciente. É uma doença que depende do estímulo de um hormônio chamado estrogênio”.
Eduardo Cândido explica que, quando a mulher sofre com a endometriose, esse tecido pode ser encontrado nos ovários, em outras camadas do útero e até mesmo em órgãos próximos, como a bexiga ou o intestino. Alguns casos acabam sendo mais graves do que os outros, causando dores extremas, alteração no período menstrual e pode levar, em casos mais severos, à infertilidade.
“Quase 50% das pacientes infetais são portadoras de endometriose, portanto, a gente pode atribuir o fato da paciente ter endometriose com a dificuldade para engravidar. Os principais riscos da endometriose estão relacionados à situação ruim de qualidade de vida e às vezes o perfil de provocar a infertilidade.”.
Segundo o médico Eduardo Cândido, o principal sintoma da endometriose são as cólicas. Entretanto, dependendo da paciente, a doença pode levar a dores pélvicas e dor na relação sexual.
Tratamento da endometriose
O diagnóstico da endometriose deve ser feito por um ginecologista, a partir de uma análise clínica da paciente. A doença não tem cura, mas tem tratamento que pode diminuir os sintomas e evitar complicações.
“Tem controle adequado para devolver às pacientes a qualidade de vida. O tratamento vem pelo manuseio das condições mais importantes para paciente, como o cuidado da infertilidade e controle da dor. Muitas vezes a gente pode fazer a hormônio-terapia com as pílulas contraceptivas, que bloqueiam o hormônio endógeno da paciente e aí a gente consegue melhorar a qualidade de vida, bloqueando o eixo menstrual dela. A gente ainda pode lançar a mão do caráter cirúrgico, quando há necessidade”, relata Eduardo Cândido.