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Anestesia geral para fazer tatuagem? Especialista alerta para riscos após morte de empresário

Influenciador Ricardo Godoi morreu nesta semana após tomar anestesia geral para fazer tatuagem em Santa Catarina

Ricardo Godoi atuava com compra e venda de carros de luxo no litoral catarinense

A morte do empresário e influenciador Ricardo Godoi, de 46 anos, após receber uma anestesia geral para fazer tatuagem, levanta dúvidas sobre a necessidade do procedimento. Godoi sofreu uma parada cardiorrespiratória em um hospital de Itapema, no litoral de Santa Catarina.

Gustavo Moura, anestesista e professor da pós-graduação da Afya Educação Continuada, alerta que a anestesia geral oferece ao paciente riscos como “reações alérgicas aos medicamentos, dificuldade para intubação, problemas respiratórios e cardíacos”.

O especialista diz que a parada cardiorrespiratória também pode ser uma consequência da anestesia geral, mas destaca que “a parada cardiorrespiratória com evolução para a morte associada à anestesia é um evento raro, estimando-se uma incidência de menos de um caso a cada 100 mil procedimentos anestésicos”. O anestesista detalha que “a maior parte desses casos está associada à gravidade do paciente, ao uso de drogas e anabolizantes, problemas de saúde pré-existentes e comorbidades, além do porte da cirurgia”.

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Vale lembrar também que “a anestesia tem de ser feita com monitorização da saturação de oxigênio, da pressão arterial e eletrocardiograma, bem como deve ser realizada por profissional médico anestesista, com residência médica e capacitado para realizar o procedimento anestésico, para agir imediatamente em caso de quaisquer complicações”, diz o médico.

Além disso, ele afirma que a “anestesia geral não é tipicamente recomendada para tatuagens”. Para aqueles que são mais sensíveis à dor, o anestesista recomenda “anestesia local ou tópica, que é muito segura e eficiente para controlar a dor, sem os riscos mais elevados associados à anestesia geral”.

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O paciente também pode optar pela sedação, que é parecida com a anestesia geral, mas dispensa intubação. O especialista explica que, diferentemente do procedimento escolhido por Ricardo Godoi, “a sedação envolve o uso de medicamentos para proporcionar redução da ansiedade, conforto, e uso de analgésicos para reduzir o estresse associado ao procedimento, mas com o paciente em ventilação espontânea”.


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Paula Arantes é estudante de jornalismo e estagiária do jornalismo digital da Itatiaia.