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Quimioterapia vermelha: entenda tratamento que Isabel Veloso foi submetida durante câncer

Médica esclarece que termo não é correto, mas usado entre pacientes oncológicos

Durante quimioterapia, Isabel Veloso precisou raspar os cabelos após queda dos fios

Isabel Veloso, de 18 anos, relatou em live nas redes sociais que durante tratamento contra câncer foi submetida à “quimioterapia vermelha”. Segundo ela, devido aos efeitos colaterais, não “tinha capacidade física e muito menos emocional para nada”. A influenciadora conta, ainda, que recebia o tratamento a cada 15 dias e que em cada ciclo ficava 12 “só de cama”.

No decorrer do tratamento, ela pensou em desistir de tudo. “Foram três anos desde o que fui diagnosticada agora, onde aprendi muita coisa”, destacou ela. “Com o tempo você vai aprender a lidar com as situações e com a sua cabeça. Muitas pessoas me criticam por ter esse modo de pensar, que eu diria saudável”, encerrou Isabel, que hoje recebe cuidados paliativos após estágio terminal.

Aline Chaves Andrade, oncologista clínica da Oncocentro e do Câncer Center Oncoclínicas, explica que a cor do tratamento é comumente usada por pacientes, mas não é um termo médico.

“Existem tipos diferentes de quimioterapia. Por isso, que, quando a gente fala que vai fazer quimioterapia no paciente, depende do tipo de câncer, do estadiamento, se vai fazer quimio antes ou depois da cirurgia”, destaca ela.

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Conforme a médica, devido a cor do frasco, muitos pacientes costumam trocar entre si informações. “O tipo mais comum de tratamento para câncer de mama, por exemplo, é uma sequência de quimio vermelha, quimio branca ou quimio branca e quimio vermelha. Então os pacientes ficam perguntando: ‘A sua é da branca ou da vermelha ou das duas?’”.

“A quimio vermelha é de uma classe conhecida como doxorrubicina - são os antracíclicos. Então ela é vermelha porque ela vem num frasco de soro de coloração avermelhada e a outra que é a branca, por exemplo, o paclitaxel ou ciclofosfamida, ela vem no soro com frasco branco”, esclarece a médica.

Quimioterapia vermelha tem efeitos colaterais ‘mais visíveis’

A quimioterapia vermelha pode ter mais efeitos colaterais visíveis, o que faz com que alguns pacientes a considerem “mais forte”, o que também é errado.

“Quem faz a quimioterapia vermelha é praticamente impossível preservar, por exemplo, os cabelos. A gente tem que tomar mais cuidado com a possibilidade de vomitar. Então você tem que dar remédios para prevenir náuseas mais fortes pra esses pacientes”, diz Aline.

“Algumas quimios ditas brancas, que são as demais, não dão geralmente tanta náusea, vômito. Mesmo assim a gente dá medicamento para prevenir. O cabelo pode não cair todo, então tem paciente que na branca perde metade da quantidade de cabelo ou perde muito pouco e dependendo do tipo que ele fizer não perde nada”, acrescenta.

A médica encerra: “Ela [quimioterapia vermelha] é conhecida como mais forte, mas isso é um conceito leigo porque não quer dizer que a branca é mais fraca. Porém, os efeitos colaterais chamam mais atenção nessa quimioterapia, que vem num frasco vermelho”.

Diagnóstico

A influenciadora Isabel Veloso, de 18 anos, relatou no dia 1º de março deste ano que enfrenta um câncer terminal e possui estimativa de 6 meses de vida - mas o período pode ser superior após estabilização da doença. Conforme a paranaense, ela tem linfoma de Hodgkin e vive com um tumor que fica em volta do coração.

Anos atrás, Isabel recebeu diagnóstico da doença, passou por transplante de medula óssea, além de quimioterapia. Ela chegou a relatar que havia sido curada, porém a doença voltou.

Antes de se casar no dia 13 de abril, a adolescente exibiu laudo médico para comprovar seu estado de saúde para seus milhões de seguidores. A jovem foi acusada de fingir estar doente para angariar fundos para a cerimônia.

O documento destaca que a adolescente possui “Linfoma de Hodgkin sem resposta ao tratamento quimioterápico” e que ela passa por “cuidados paliativos exclusivos”.

Isabel contou também estar recebendo cuidados paliativos com canabidiol (CBD), uma substância química da planta Cannabis sativa, para lidar com as dores.


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Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.