O seminário internacional “Controle do Câncer no Século XXI: desafios globais e soluções locais” com presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, marca o Dia Nacional de Combate ao Câncer nesta quinta-feira (27). O evento segue até sexta-feira (28) no Hotel Windsor Flórida, no Rio de Janeiro e conta com transmissão ao vivo pelo canal VídeoSaúde Distribuidora da Fiocruz no Youtube (dia 27 e dia 28).
O câncer é um dos principais desafios da saúde global, tanto por sua complexidade quanto por seu impacto devastador na população, conforme organizações da saúde. Boa parte dos novos diagnósticos está ligada a fatores de risco modificáveis, como tabagismo, padrão alimentar e obesidade, sedentarismo, consumo de álcool e exposição a contaminantes ambientais.
Além do chefe da pasta da saúde, a cerimônia de abertura contou com as presenças do diretor do Instituto Nacional do Câncer, Roberto Gil, e da diretora da International Agency for Research on Cancer da Organização Mundial da Saúde (Iarc/OMS), Elisabete Weiderpass.
Com a participação de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, profissionais de saúde e tomadores de decisão, o evento debate as conquistas, fragilidades e paradoxos relativos ao cenário do câncer no Brasil e no mundo. O evento também discutiu os impactos da doença nos sistemas de saúde.
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Os resultados dos debates servirão como subsídios ao fortalecimento da Política Nacional de Controle do Câncer, criada em 2023. De acordo com o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão, um dos coordenadores do seminário, o Brasil saiu na frente em relação ao resto do mundo com a aprovação da Política Nacional para Prevenção e Controle do Câncer. No entanto, a orientação ainda não tem sido levada à prática.
“Pouco se avançou dois anos após o país assumir o compromisso de garantir uma abordagem integrada envolvendo prevenção, detecção precoce, tratamento e cuidados paliativos. A busca continua focada em novos medicamentos que prometem a cura, enquanto boa parte dos serviços de saúde não usa suas capacidades para reduzir fatores de risco, realizar o diagnóstico precoce e garantir acesso rápido ao tratamento”, afirma Temporão.
O ex-diretor do Inca e também coordenador do evento, Luiz Antonio Santini, questionou “a metáfora da guerra contra o câncer”. Para ele, esse pensamento gerou uma aposta em tratamentos de altíssimo custo, muitas vezes inacessíveis e desigualmente distribuídos.
“O eixo do sistema precisa migrar da reação tardia à antecipação: reduzir exposição a riscos, ampliar rastreamento e garantir acesso rápido a terapias efetivas quando necessário, com a Atenção Primária à Saúde atuando como porta de entrada qualificada e coordenadora do cuidado”, afirma Santini.
Entre os palestrantes confirmados estão Richard Sullivan, diretor do Institute for Cancer Policy e codiretor do Centre for Conflict & Health Research; Simon Sutcliffe, médico canadense e presidente do Congresso Internacional de Controle do Câncer; Paulo Hoff, professor da FMUSP e presidente da Oncologia D’Or; Paulo Saldiva, médico patologista e professor da USP; e Gonzalo Vecina, médico sanitarista, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Assuntos como a pesquisa e a implementação de programas de prevenção e detecção precoce do câncer; o papel da Atenção Primária à Saúde; informação, comunicação e cuidado; inovações tecnológicas, produção local e sustentabilidade; formação profissional; regionalização e as relações entre União, estados e municípios serão debatidos.
Serviço:
- Seminário Controle do Câncer nos século XXI: desafios globais e soluções locais
- Data: 27 e 28 de novembro
- Horário: 8h às 18h30 (dia 27); 8h30 às 16h30 (dia 28)
- Local: Hotel Windsor Flórida – Rua Ferreira Viana, 81, Catete, Rio de Janeiro, RJ
- Inscrição:
Inscreva-se aqui (para participação presencial) - Certificados: apenas para inscritos na modalidade presencial
- Transmissão online: dia 27 e dia 28.
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