‘A garotada não sabe que tem nicotina no cigarro eletrônico’, diz Drauzio Varella

Em entrevista à Itatiaia, Drauzio comentou que jovens fumam vape com a mesma ingenuidade que a geração dele fumava cigarro branco

Em entrevista à Itatiaia, Drauzio comentou que jovens hoje fumam vape com a mesma ingenuidade que a geração dele fumava cigarro branco

O número de fumantes no Brasil aumentou pela primeira vez em quase duas décadas, o que quebrou uma tendência histórica de queda. De acordo com pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, a proporção de adultos fumantes nas capitais brasileiras passou de 9,3% em 2023 para 11,6% em 2024. Um salto de 25% em apenas um ano.

Especialistas apontam que a crescente pode estar relacionada à popularização de novos produtos, como os cigarros eletrônicos. Em entrevista à Itatiaia, o médico oncologista Drauzio Varella comentou que os jovens fumam vape com a mesma ingenuidade que a geração dele fumava cigarro branco.

“A garotada que fuma não sabe que tem nicotina dentro do cigarro eletrônico. Eles entram nessa com a mesma ingenuidade que a minha geração entrou em relação ao cigarro comum. A gente não sabia que viciava. Quer dizer, ficava viciado sem saber”, disse o médico.

Drauzio Varella começou a fumar na adolescência e foi dependente por 19 anos. “Eles fazem de tudo para viciar as nossas crianças em nicotina, que é a droga que mais dependência química provoca. É a droga mais difícil de largar, mais difícil largar da nicotina do que largar do crack, eu tenho longa experiência com isso”, afirmou.

Antes mesmo de completar 50 anos, o médico passou por grandes transformações envolvendo a qualidade de vida e hábitos saudáveis. Aos 79 anos, Drauzio se tornou a pessoa mais velha a completar as seis maiores maratonas do mundo.

O médico oncologista esteve, nessa quarta-feira (22), em Belo Horizonte, onde palestrou no 20° Encontro de Cooperados da Unimed-BH. No evento, o Drauzio Varella abordou sobre os impactos da qualidade de vida na longevidade.

“Eu sempre quis ser médico, desde criança. Nunca pensei de forma diferente. Fui médico, e sou médico até hoje, e nunca me arrependi, e acho que a medicina trouxe muita coisa boa para minha vida. Mas tem um detalhe: se eu tivesse continuado a fumar e não tivesse começado a fazer exercício, eu não estaria aqui falando com vocês”, disse.

(Sob supervisão de Edu Oliveira)

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Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas

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