A influenciadora Isabel Veloso, de 17 anos, relatou nas redes sociais que enfrenta um câncer terminal e possui apenas quatro meses de vida. Conforme a paranaense, ela tem
Quando tinha 15 anos, Isabel recebeu o diagnóstico da doença, passou por transplante de medula óssea, além de quimioterapia. Ela chegou a relatar que havia sido curada em novembro de 2023. Porém, três meses depois, a doença voltou.
Com casamento marcado para o próximo sábado (13),
O documento destaca que a adolescente possui “Linfoma de Hodgkin sem resposta ao tratamento quimioterápico” e que ela passa por “cuidados paliativos exclusivos”.
Linfoma de Hodgkin: o que é e quais são os sintomas
Hematologista do Grupo Oncoclínicas, em Belo Horizonte, Dr. Caio César Ribeiro explica que o “Linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer que afeta o sistema linfático e costuma acometer principalmente pessoas jovens, embora tenha um segundo pico de incidência em pessoas com mais de 60 anos”.
Segundo o médico, ele “corresponde a 0,5% de todos os tipos de câncer e costuma apresentar-se com crescimento de linfonodos no pescoço ou axilas, estes também conhecidos popularmente como ínguas. A doença pode acometer também a região próxima ao coração, conhecida como mediastino, e pode se manifestar com dores no peito e cansaço”.
“Alguns pacientes podem apresentar sintomas como febre, suor noturno e emagrecimento. Também é relativamente comum a presença de coceira pelo corpo todo. É uma doença que apresenta taxas de cura superiores a 80-90% com o tratamento”, continua.
O hematologista completa: “A maioria dos pacientes acometidos pelo Linfoma de Hodgkin tem entre 20 e 30 anos. Apesar disso, o Linfoma de Hodgkin é uma doença rara, com incidência de 2 a 3 casos para cada 100 mil habitantes anualmente”.
Tratamentos
O tratamento, segundo o médico, é feito com quimioterapia, podendo envolver em alguns casos radioterapia. “O tempo de tratamento normalmente depende do estágio em que a doença se apresenta e pode durar de 2 a 6 meses”, esclarece.
No caso de Isabel Veloso, ela passou por um transplante de medula óssea, mas o hematologista esclarece que nem todos os pacientes necessitam passar pelo procedimento. “A grande maioria dos pacientes vai ser curada apenas como tratamento envolvendo a quimioterapia e radioterapia. O transplante de medula óssea é necessário nos pacientes que apresentam recaída da doença após o primeiro tratamento”, explica.
“A taxa de recaída da doença após o transplante de medula óssea é em torno de 50%, porém existem alguns casos casos em que essa taxa pode ser maior ou menor, dependendo principalmente de como a doença se apresentava antes do transplante e como ela foi controlada para o procedimento”, completa.
Paciente terminal
O hematologista prefere não usar o termo “terminal” para se referir ao estágio da doença. “Eu não diria que o termo ‘terminal’ é adequado para qualquer situação de câncer. É possível que esse termo seja usado naqueles pacientes em que uma terapia curativa não possa mais ser oferecida. Isso não significa que não possam ser oferecidos ao paciente estratégias para melhorar sua qualidade de vida”, diz.
Para pacientes sem respostas ao tratamento, ele destaca alguns cuidados que devem ser tomados. “É muito importante que o médico hematologista que cuida do paciente com esse tipo de câncer explique sobre a doença e as expectativas em relação ao controle de sintomas e qualidade de vida”, inicia.
“Além disso, é também muito importante o acompanhamento de um médico de Cuidados Paliativos que irá auxiliar o hematologista e o paciente na condução dos cuidados para uma vida melhor. Recentemente tivemos a criação do Comitê de Cuidados Paliativos na ABHH (Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia) que tem trazido mais avanço e cuidados para os pacientes”, pontua.
“É muito difícil traçar exatamente um tempo de vida para qualquer paciente que apresente uma doença refratária aos tratamentos disponíveis. O Linfoma de Hodgkin pode apresentar períodos de maior crescimento e estabilidade e pode ser que o tempo seja maior ou menor do que esse”, esclarece.
Chances de cura
“Gostaria de destacar que o Linfoma de Hodgkin é uma doença que acomete principalmente pessoas jovens e que apresenta elevados índices de cura. Estamos vendo diversos avanços nos tratamentos da doença e a imunoterapia promete melhorar ainda mais as taxas. A detecção da doença em seu estágio inicial permite curar mais de 90% dos pacientes, sendo muito importante o diagnóstico precoce”, finaliza o médico.