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Com câncer terminal, Isabel Veloso recebe cuidados paliativos com canabidiol; entenda

Influenciadora, de 17 anos, recebe cuidados paliativos para suportar as dores

Isabel Veloso tem diagnóstico de linfoma de Hodgkin

Isabel Veloso, de 17 anos, relatou nas redes sociais estar recebendo cuidados paliativos com canabidiol (CBD), uma substância química da planta Cannabis sativa.

A informação veio no momento em que ela contava estar conseguindo “andar melhor”, subir escadas, sem sentir tanta dor.

“Eu sinto dor ainda, mas não é aquela dor. Sabe? Aquela rigidez para subir e para torcer o joelho. Tô muito feliz por conta disso! Acho que agora as medicações que eu uso, inclusive já troquei o adesivo, e também o canabidiol estão fazendo o efeito completo. Graças a Deus, eu tô muito feliz”, afirmou.

Apesar disso, quando se trata de longas distâncias, ela ainda sente dor e necessita fazer uso de cadeira de rodas. “Tá inexplicável como as coisas estão acontecendo para que dê certo no dia do casamento, sabe?”, disse, empolgada.

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Entenda

Hematologista e paliativista da Oncoclínicas, Amanda Pífano explica sobre o auxílio de canabidiol. “Poucos estudos com canabinóides foram realizados em pacientes oncológicos e, até o momento, os dados sugerem eficácia limitada para controle da dor com potenciais efeitos colaterais”, destaca.

“Assim, são considerados uma opção de tratamento quando a dor não respondeu adequadamente a outros tratamentos analgésicos já consolidados pela literatura médica (opioides e analgésicos adjuvantes, como dipirona, anticonvulsivantes etc)”, acrescenta.

A médica esclarece: “O sucesso no tratamento da dor requer uma avaliação cuidadosa pela equipe de saúde e definição da sua causa, para que o tratamento mais eficiente seja prescrito. Os médicos oncologistas/hematologistas podem contar com o auxílio da equipe de cuidados paliativos para a avaliação e alívio da dor e de outros sintomas desconfortáveis presentes na trajetória da doença desde o seu diagnóstico, focando na melhora da sua qualidade de vida e permitindo-o viver tão ativamente quanto possível.”

A hematologista e paliativista pontua que a dor “no paciente em tratamento para o câncer é um sintoma altamente prevalente e influenciado por diferentes fatores, tais como as características do paciente, o tipo de câncer, sua localização, efeitos colaterais das medicações utilizadas no tratamento etc”.

“Além disso, nesse cenário, deve-se levar em conta a avaliação não somente da dor física, mas também dos outros aspectos da vida impactados pelo adoecimento: esferas social, psíquica e espiritual, que são conceitualmente chamados de ‘dor total’”, encerra.

Diagnóstico

A influenciadora Isabel Veloso, de 17 anos, relatou nas redes sociais que enfrenta um câncer terminal e possui apenas quatro meses de vida. Conforme a paranaense, ela tem linfoma de Hodgkin e vive com um tumor de 17 centímetros, que pega parte do pulmão e do coração.

Quando tinha 15 anos, Isabel recebeu o diagnóstico da doença, passou por transplante de medula óssea, além de quimioterapia. Ela chegou a relatar que havia sido curada em novembro de 2023. Porém, três meses depois, a doença voltou.

Antes de se casar no sábado (13), a adolescente exibiu laudo médico para comprovar seu estado de saúde para seus 1,6 milhões de seguidores nesta madrugada. A jovem foi acusada de fingir estar doente para angariar fundos para a cerimônia.

O documento destaca que a adolescente possui “Linfoma de Hodgkin sem resposta ao tratamento quimioterápico” e que ela passa por “cuidados paliativos exclusivos”.

Hematologista do Grupo Oncoclínicas, em Belo Horizonte, Dr. Caio César Ribeiro explica que o “Linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer que afeta o sistema linfático e costuma acometer principalmente pessoas jovens, embora tenha um segundo pico de incidência em pessoas com mais de 60 anos”.

“É muito difícil traçar exatamente um tempo de vida para qualquer paciente que apresente uma doença refratária aos tratamentos disponíveis. O Linfoma de Hodgkin pode apresentar períodos de maior crescimento e estabilidade e pode ser que o tempo seja maior ou menor do que esse”, esclarece.


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Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.