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Veja as declarações de Lula sobre Trump e a relação entre Brasil e EUA

O presidente reconheceu o aceno da Casa Branca e se disse ‘otimista’ para o encontro com o republicano, que ainda não tem data marcada

Lula (PT), presidente do Brasil.

O presidente Lula (PT) afirmou, nesta quarta-feira (24), que está “otimista” para o encontro com o homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, na próxima semana. Em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na última terça-feira (23), o republicano elogiou o brasileiro, afirmando que os dois tiveram “ química excelente” e se abraçaram brevemente.

Em Nova York, antes de retornar ao Brasil, Lula comentou sobre o estadunidense.

“Pintou uma química mesmo”

Reforçando o que foi dito por Trump, Lula afirmou que acha que “ pintou uma química mesmo”. Ele se disse surpreso com a aproximação espontânea do republicano — que até então vinha se recusando a abrir diálogo com o governo federal desde a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, em julho deste ano.

Sem pegadinhas

Questionado sobre a possibilidade de o encontro com Trump gerar algum constrangimento, como aconteceu com Volodymyr Zelensky, em março deste ano, na Casa Branca, Lula respondeu que não pode haver brincadeira “entre dois homens de 80 anos”. “Vamos conversar como dois homens civilizados. Não existe espaço para brincadeira. O que existe é espaço e necessidade de conversar sobre conflitos”, declarou.

Convite para COP30

O presidente disse que convidou formalmente o republicano, e outras lideranças internacionais, para acompanhar a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será sediada em novembro, em Belém, no Pará.

A informação já havia sido adiantada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, na terça-feira (23), em entrevista à CNN Internacional.

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O convite teria sido feito por meio de uma carta, cerca de um mês atrás. A expectativa do ministro é que, caso Trump decida não ir, envie alguém do alto escalão da Casa Branca para representar os Estados Unidos.

Mal-informado

Ainda em coletiva de imprensa, o petista declarou que o homólogo recebeu informações falsas sobre o Brasil, o que poderia ter motivado a tomada de “decisões que não são aceitáveis na relação de dois países que têm vínculo diplomático há mais de 200 anos”.

O presidente disse que espera que, no encontro com Trump, possa esclarecer as informações e que “tudo isso” seja resolvido.

Lula ressaltou também que, apesar do aceno, a soberania brasileira e a democracia “não são discutíveis”. “Quando houver eleições nos Estados Unidos, eu não me meto. E quando houver eleições no Brasil, ele não se mete. É assim que a gente faz. A gente acata o resultado da soberania do povo nas urnas de cada país”, disse.

Quando o encontro vai acontecer?

Lula retorna, nesta quarta, ao Brasil após a participação na Assembleia Geral. Ao responder se voltaria aos Estados Unidos na próxima semana para conversar com Trump, afirmou que isso ainda será decidido, mas que não há pressa. “Não precisa ser amanhã ou depois de amanhã. Vai ser quando ele achar que devemos conversar; nós vamos conversar. Estou disposto”, concluiu.

Jornalista pela UFMG, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já atuou na produção de programas da grade, apuração e na reportagem da Central de Trânsito Itatiaia Emive. Atualmente, contribui como repórter na editoria de política.