O governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), defendeu um endurecimento da legislação brasileira para combater a criminalidade. Ele defendeu o que ele chamou de mudanças “radicais”. As declarações foram dadas durante um encontro de importantes nomes do mercado financeiro no Annual Meeting, realizado pela XP Asset Management, na capital paulista, na noite de quinta-feira (27).
“A mudança de legislação é bem-vinda e necessária. Eu defendo algumas mudanças que são até radicais. Que a gente comece a enfrentar o crime com a dureza que o crime merece ser enfrentado. Não acho, por exemplo, nenhum absurdo você ter prisão perpétua no Brasil”, destacou.
Cotado por alas da direita para ser o substituto de Bolsonaro em 2026, Tarcísio também disse que o Brasil pode aprender com países como El Salvador. Defensor de uma política de tolerância zero contra a criminalidade, o presidente Nayib Bukele prendeu mais de 70 mil desde que assumiu o comando do país em 2019. As políticas do presidente são contestadas pelos defensores dos direitos humanos.
“Acho que a gente tem que aproveitar para repassar aquilo que a gente está fazendo. Mal comparando, vamos ver o que o Bukele fez em El Salvador. O que era e o que é. Se a gente traz segurança para as pessoas, a gente também está trazendo segurança para os investidores. A gente está falando de oportunidade. Quantas empresas não se instalam em um determinado local por falta de segurança? Então a gente precisa encarar a segurança de uma forma diferente”, complementou.
Publicamente, Tarcísio disse, neste ano, por mais de uma vez, que tentará reeleição ao governo de São Paulo no ano que vem. No entanto, após um período com posicionamentos discretos, o governador voltou a se envolver em pautas nacionais da direita como críticas à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cedeu o secretário Guilherme Derrite (PP) para ser o relator da projeto de antifacção na Câmara dos Deputados e, segundo interlocutores, tem ajudado em articulações no Congresso em defesa do projeto pró-anistia.
