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Senador Carlos Viana afirma ser favorável à privatização da Copasa, discutida na ALMG

Ele defendeu que a privatização dos serviços de água e esgoto são ‘importantes para atrair investimentos e garantir à população 100% de água tratada e tratamento de esgoto para os nossos rios’

Senador Carlos Viana (Podemos)

O senador mineiro Carlos Viana (Podemos) afirmou, nesta quarta-feira (22), ser favorável à privatização da Copasa, pauta que é discutida na Assembleia Legislativa de Minas Gerais nos últimos dois dias.

Ao contrário do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), que nessa terça-feira (21) disse ser contra o fim do referendo popular para a desestatização da companhia, Viana defendeu que a privatização dos serviços de água e esgoto são “importantes para atrair investimentos e garantir à população 100% de água tratada e tratamento de esgoto para os nossos rios”.

“Infelizmente, a Copasa não tem conseguido. É uma empresa estatal que vem sendo esvaziada nos últimos anos do dinheiro para investimentos. A maior parte do nosso esgoto é lançado em córregos e rios, o que é um grande absurdo no ano de 2025 e como não há dinheiro oficial para isso, dinheiro público, os consórcios fazem esse papel e podem ajudar a avançar muito nos índices de melhora de qualidade de vida”, pontua o senador.

Viana pondera que existem regiões onde a Copasa pode atuar, onde a iniciativa privada não queira atender, e defende que o estado tem a obrigação de garantir esse serviço para a população. Contudo, o parlamentar afirma que “na maioria de Minas Gerais” a privatização e o trabalho por parte das prefeituras que vão “acompanhar de perto os contratos” é o melhor caminho para “garantirmos água e esgoto tratados para todos os mineiros”.

Em ritmo acelerado, as discussões sobre a PEC do Referendo tomaram conta da Assembleia Legislativa nos últimos dois dias, quando seis reuniões plenárias foram marcadas para se discutir o tema. Na terça, a primeira não teve quórum suficiente e foi encerrada. As demais ocorreram normalmente. Nesta quarta, as duas primeiras reuniões do dia também foram concluídas e há outra, extraordinária, marcada para 18h.

A PEC integra o pacote de medidas do governo Romeu Zema para viabilizar a adesão de Minas ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), criado pelo governo federal. O plano prevê o refinanciamento da dívida mineira de cerca de R$ 170 bilhões com a União, com a exigência de contrapartidas financeiras dos estados.

O governo mineiro pretende vender a Copasa e usar parte dos recursos para abater o estoque da dívida e reduzir os juros das parcelas. Caso todas as reuniões regimentais ocorram dentro do prazo, a votação em primeiro turno da PEC poderá acontecer ainda antes do fim de outubro.

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Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.