O deputado federal Rogério Correia (PT) disse à Itatiaia que a vigília convocada pela família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso preventivamente neste sábado (22), era uma tentativa de “repeteco” dos ataques aos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023. Segundo o petista, o objetivo da manifestação era criar uma “convulsão social”.
“Já tem três anos que Bolsonaro é julgado, teve amplo direito de defesa. Ele fez de tudo, menos se defender, e quando chega a hora de cumprir uma sentença da maior Corte brasileira, o Supremo Tribunal Federal, ele convoca uma manifestação em termos muito estranhos e incitando violência para o dia de hoje”, disse em entrevista à Itatiaia.
De acordo com decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a vigília era uma tentativa de perturbar a ordem pública e propiciar um ambiente para uma fuga. Informações do Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal, inclusive mostram que o ex-presidente tentou romper a tornozeleira eletrônica por volta das 00h deste sábado.
O magistrado também citou em sua decisão a suposta fuga do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), e da deputada Carla Zambelli (PL-SP), fatos lembrados por Rogério Correia à Itatiaia. “Evidentemente é que um clima de convulsão social era o que eles esperam mais uma vez”, disse.
O ex-presidente foi levado para uma sala na superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal e vai passar por audiência de custódia às 12h deste domingo (23), por meio de videoconferência. Após o processo, ele pode ser solto ou continuar preso.
Cabe lembrar que essa prisão não se trata da pena da condenação por tentativa de golpe, no qual Bolsonaro recebeu 27 anos e três meses de prisão. É possível que ele fique na PF até segunda-feira (24), quando acaba o prazo dos recursos do julgamento do golpe.
Em nota, a defesa de Bolsonaro afirmou que recebeu a decisão com “profunda perplexidade” e que vai recorrer. Os advogados também tentavam que a condenação em regime fechado pela tentativa de golpe fosse revertida em prisão domiciliar, mas o pedido foi negado por Moraes.
“Apesar de afirmar a “existência de gravíssimos indícios da eventual fuga”, o fato é que o ex-Presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais. Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco”, disse os advogados.