O presidente do Partido Liberal em Minas Gerais, deputado federal Domingos Sávio, afirma que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), usou “narrativas” para mandar prender preventivamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã deste sábado (22).
Segundo Moraes, Bolsonaro teria descumprido as medidas cautelares da prisão domiciliar após seu filho convocar uma vigília na porta do seu condomínio para a noite deste sábado. O magistrado também afirmou, com base em informações do Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal, que o ex-presidente violou o uso da tornozeleira eletrônica.
Em entrevista exclusiva à Itatiaia, Domingos Sávio disse que o ministro não tem provas dos fatos narrados. Segundo o deputado, o ex-presidente não cometeu crime para ser preso preventivamente. “Dia triste para a democracia, que está sendo literalmente morta no Brasil”, disse.
“Ele [Moraes] manda fazer uma prisão de quem já está preso. Vocês mesmos já noticiaram que Bolsonaro tem policiais ao redor da casa dele. A vigília não seria na porta da casa dele. O condomínio tem controle para entrada de pessoas, era na área externa, bem longe da casa. Ele está prendendo alguém que já está preso, e que está doente”, declarou.
Conforme apurado pela Itatiaia, a Polícia Federal avaliou que o ato, marcado para ocorrer em frente ao condomínio onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, representava risco concreto à ordem pública, aos participantes e aos agentes responsáveis pela segurança na área.
O ex-presidente vai passar por audiência de custódia às 12h deste domingo (23), por meio de videoconferência. Após o processo, ele pode ser solto ou continuar preso. É possível que ele fique na PF até segunda-feira (24), quando acaba o prazo dos recursos do julgamento do golpe.