Primeira Turma do STF julga nesta segunda-feira (24) se Bolsonaro continuará preso

No domingo (23), prisão de Bolsonaro foi mantida após audiência de custódia; defesa quer volta da prisão domiciliar

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal (PF) na última quinta-feira (4)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) fará uma sessão virtual extraordinária na segunda-feira (24) para analisar e referendar a decisão que levou à prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), detido na manhã de sábado (22) em Brasília. A decisão foi do ministro Alexandre de Moraes.

Bolsonaro está preso na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal. A sua prisão preventiva foi decretada após Moraes tomar conhecimento de que o ex-presidente tentou violar a tornozeleira eletrônica.

O julgamento será no plenário virtual e vai ocorrer das 8h às 20h. A sessão foi marcada pelo presidente do colegiado, o ministro Flávio Dino.

Além de Dino e Moraes, a Primeira Turma também é composta por Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. No final de outubro, o ministro Luiz Fux pediu para deixar o colegiado e migrar para a Segunda Turma.

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Audiência de custódia

Nesse domingo (23), a prisão de Bolsonaro foi mantida após audiência de custódia. O capitão reformado do Exército participou da sessão na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal, onde está detido desde a manhã de sábado (22).

Segundo a ata da reunião, divulgada minutos após o fim da audiência, Bolsonaro afirmou que não sofreu qualquer abuso ou irregularidade durante o cumprimento do mandado de prisão. Ele também confirmou ter passado por exame de corpo de delito.

Na audiência, Bolsonaro alegou que mexeu na tornozeleira eletrônica durante a madrugada porque enfrentou um episódio de “paranoia” associado à combinação de medicamentos prescritos por médicos distintos, sem comunicação entre si. Ele disse ter usado um ferro de solda que mantinha em casa para tentar abrir a tampa do equipamento, acreditando que havia uma “escuta” instalada nele.

De acordo com os médicos de Bolsonaro, um novo medicamento usado pelo ex-presidente possui efeitos colaterais com os que são usados para tratar as crises de soluços, tais como: “a alteração do estado mental com a possibilidade de confusão mental, desorientação, coordenação anormal, sedação, transtorno de equilíbrio, alucinações e transtornos cognitivos”.

A defesa de Bolsonaro ressaltou o quadro de confusão mental para justificar a violação da tornozeleira eletrônica.

Apesar da análise da decisão de Moraes pela Primeira Turma do Supremo, deve ser unânime a definição de que Bolsonaro continuará preso.

Jornalista com trajetória na cobertura dos Três Poderes. Formada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), atuou como editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. Atualmente, é coordenadora de conteúdo na Itatiaia na capital federal.

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