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Patrus diz que conciliação da Copasa no TCE é ‘fundamental’ para valorizar privatização

Vice-presidente do TCE comentou sobre processos de conciliação da empresa com municípios que pagaram e não receberam serviços de tratamento de esgoto

Bertha Maakaroun recebeu o conselheiro do TCE Agostinho Patrus na edição do Dia a Dia da Política desta segunda-feira (6)

Processos envolvendo a Copasa no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) podem interferir no valor da estatal em vias de ser privatizada. Em entrevista à colunista da Itatiaia Bertha Maakaroun, o vice-presidente da corte, Agostinho Patrus, falou sobre a abertura de uma mesa de conciliação para rever falhas contratuais na prestação do serviço de tratamento de esgoto com municípios mineiros.

Agostinho Patrus explicou que a abertura de uma de conciliação para a Copasa foi um pedido feito pelo Governo de Minas ao TCE. A medida busca estabelecer uma solução para a dívida que a companhia acumula com centenas de municípios mineiros por ter cobrado taxas para fornecimento de água e tratamento de esgoto e só ter realizado o primeiro serviço.

“O pedido está sendo analisado pela presidência do tribunal e, sendo admitido, vamos instalar a mesa de negociação em que vamos ouvir não apenas os atingidos, mas os prefeitos e as pessoas de modo geral para que cheguemos a um acordo. Talvez a Copasa faça investimentos nesses municípios que justifiquem os valores cobrados, ou deixar de cobrar o serviço à frente, ou dar um desconto durante um período. São algumas das hipóteses”, afirmou.

Veja o programa na íntegra:

A privatização da Copasa é uma proposta presente entre as pautas do governador Romeu Zema (Novo) desde seu primeiro mandato e ganhou nova força com a criação do Programa de Pleno Pagamento de Dìvidas dos Estados (Propag). O projeto refinancia as dívidas dos estados com a União em até 30 anos e estabelece mecanismos para a redução dos juros cobrados sobre as parcelas.

Minas tem uma dívida de mais de R$ 170 bilhões e pretende amortizar ao menos 20% do estoque devido para reduzir o valor a ser parcelado e também abater dois pontos percentuais da taxa de juros, hoje fixada pela inflação mais 4% da dívida ao ano.

Privatizar a Copasa e utilizar o valor arrecadado para amortizar a dívida é tratado como prioridade pelo governo mineiro no atual estágio de discussão do Propag na Assembleia Legislativa (ALMG). Para tanto, o Executivo trabalha para aprovar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que retira a exigência de um referendo popular para decidir sobre a venda da companhia e um projeto de lei (PL) que autoriza o repasse da estatal à iniciativa privada.

Segundo Patrus, resolver os processos entre a Copasa e os municípios mineiros via conciliação é importante para que a empresa seja privatizada sem um passivo. O conselheiro aponta que a medida pode valorizar a companhia.

“Isso é fundamental para que a Copasa, vencido esse passivo, tenha o maior valor para ser vendida, como deseja o governo do estado e dar o maior retorno ao mineiro e à mineira para diminuir nossa dívida e gerar uma sobra maior de recursos para investimento”, complementou.

Antes de integrar os quadros do TCE, Patrus foi deputado estadual e presidente da Assembleia durante o primeiro mandato de Zema. À época, o parlamentar ficou conhecido pela postura refratária à agenda econômica do governador, em especial pela resistência na votação da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), principal bandeira do Executivo nas discussões sobre a dívida estadual.

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.
Jornalista, doutora em Ciência Política e pesquisadora