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Metanol em bebidas alcoólicas: veja as principais linhas de investigação em São Paulo

As forças de segurança de São Paulo estão empenhadas nas investigações dos casos de contaminação de bebidas alcoólicas por metanol

As forças de segurança de São Paulo estão empenhadas nas investigações dos casos de contaminação de bebidas alcoólicas por metanol. São cinco inquéritos instaurados pela Polícia Civil para apurar o caso.

Diante do questionamento de como o metanol foi parar nas bebidas alcoólicas, a Itatiaia apurou que há duas linhas de investigação com maior destaque, sendo que ambas passam necessariamente pelo mercado de adulteração de bebidas destiladas.

Linha 1 de investigação: metanol para fazer bebida render e lucrar no mercado ilegal

Com mais força entre os investigadores e autoridades, a primeira suspeita é de que os criminosos poderiam estar utilizando o metanol para fazer a bebida alcoólica render.

Suspeita-se que os falsificadores colocavam uma certa quantidade de bebida alcoólica e completavam com o metanol. Com isso, conseguiam multiplicar a quantidade de garrafas de bebidas destiladas produzidas de maneira irregular e faturavam mais dinheiro no mercado ilegal.

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A adulteração ocorreu principalmente com bebidas alcoólicas de maior valor de mercado, comercializadas em garrafas como gim, uísque e vodca.

Os produtos com suspeita de irregularidades estão sendo apreendidos e submetidos a rigorosos testes da Polícia Científica de São Paulo. Os testes analisam rótulos, embalagem, lacres, tampas e chegam até o líquido.

Até o momento, não há relato de adulteração em cervejas. As autoridades desconfiam que elas foram evitadas por conta da complexidade das embalagens e características do produto.

Linha 2 de investigação: utilização de metanol para limpar garrafas utilizadas

A segunda suspeita é que a contaminação por metanol possa ter ocorrido durante a tentativa de higienizar as garrafas para reutilização no mercado ilegal.

A Secretaria de Segurança Pública confirma que essa hipótese também entrou no radar dos investigadores.

Foram apreendidas 4.500 garrafas suspeitas para realização de testes.

Combustível adulterado por metanol pode causar danos à saúde e ao carro

Neste mesmo período, oito pessoas foram presas e dez estabelecimentos foram interditados nas cidades de São Paulo, São Bernardo, Osasco e Barueri.

A Polícia Civil e Polícia Federal divergem sobre crime organizado

O governo de São Paulo suspeita que o esquema é descentralizado e que os criminosos não têm conexão entre si.

Dessa forma, o governador Tarcísio de Freitas e o Secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmam que não há qualquer indício de que o crime de adulteração seja coordenado pelo PCC, o Primeiro Comando da Capital, facção criminosa do estado de São Paulo.

Já a Polícia Federal não descarta o envolvimento de facções criminosas no esquema de adulteração de bebidas e que teria ligação com os casos de contaminação por metanol.

Tarcísio de Freitas descarta envolvimento do PCC em esquema de bebidas com metanol

A suspeita da PF é que o crime possa ter ligação com a importação ilegal de metanol do porto de Paranaguá.

A suspeita de participação do PCC ganhou força após a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) divulgar levantamento apontando a possibilidade de o metanol encontrado nas bebidas ser o mesmo importado ilegalmente pelo PCC para “batizar” combustíveis.

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Correspondente da Rádio Itatiaia em São Paulo. Ingressou na emissora em 2023. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. Na Band, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na Band News FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do Band News TV. Em 2023, foi reconhecido como um dos 30 jornalistas mais premiados do Brasil.