O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que não há evidências de que a facção criminosa PCC tenha ligação com o caso das
“Muito tem-se especulado sobre, e agora tem esse negócio em São Paulo, ‘tudo que acontece é PCC’. Tem-se especulado sobre a participação do crime organizado nessa adulteração de bebida. Só para deixar claro, não há evidência nenhuma de que haja crime organizado nisso.
Os inquéritos que estão abertos estão chegando às pessoas que estão trabalhando com adulteração nessas destilarias clandestinas, e são pessoas que não têm relação com o crime organizado e que não têm relação entre si. Então são pessoas que fraudam rotineiramente bebidas e, como a gente tem falado, é um problema estrutural”, afirmou Tarcísio.
Bebidas com metanol: PF e Governo de SP divergem sobre envolvimento do PCC; entenda Assim como em São Paulo, metanol causou morte de jovens no Laos Bebidas adulteradas: SP registra 3ª morte por intoxicação de metanol
O diretor do DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais), delegado Ronaldo Sayeg, destacou que as investigações trilham caminhos distantes do PCC.
“Não há qualquer evidência, em qualquer dos inquéritos, em qualquer dos casos, e digo isso não só na operação de hoje, mas ao longo do ano e mais, nos últimos anos, que o PCC possa estar por trás de contaminação direta ou indireta dessas bebidas. Pelo contrário, o que nós temos são outras vertentes que serão investigadas, mas bem distantes, bem longes de qualquer participação do crime organizado e do PCC nessas questões, especialmente do metanol”, ressaltou Sayeg.
‘Problema de Brasil’
Tarcísio de Freitas chamou atenção para mudanças recentes na legislação. Segundo o Republicano, as alterações podem ter contribuído para fragilizar as ações de controle e fiscalização no setor.
“Vamos lembrar um pouquinho de 2016, quando houve uma modificação de uma instrução normativa da Receita Federal do Brasil, que tratava da questão dos selos de bebida, se eu não me engano, a instrução normativa nº 1637 de 2016, que modificou a instrução normativa nº 1432 de 2013, que, de certa forma, fragilizou um pouco do controle sobre essa questão, sobre essa área de bebidas no Brasil. Foi retirada a obrigatoriedade dos selos, etc.
Nos últimos dias, a gente aprendeu 50 mil garrafas de bebida com suspeita de adulteração e, nas últimas operações, 15 milhões de selos fraudados. Então, observe que é, de fato, um problema estrutural. Nós temos um problema que não é só do estado de São Paulo, é um problema de Brasil. Nós vamos ter que pensar, realmente, como fazer a fiscalização dessas bebidas para diminuir a incidência dessas bebidas adulteradas. Dessas bebidas clandestinas”, argumentou o governador.
Tarcísio confirmou que, até o momento, uma pessoa morreu por conta da intoxicação causada pelas bebidas com metanol. Outras quatro mortes suspeitas, que que podem ter ligação com metanol, estão sob investigação.
Metanol importado pelo PCC pode ter sido usado em bebidas, diz associação Governo abre inquérito na PF para investigar intoxicações por metanol em São Paulo ‘Tudo rodando’, veja última mensagem do jovem intoxicado por metanol que tem quadro irreversível
Suspeita sobre PCC ganhou força após nota de associação
As suspeitas sobre a ligação com PCC ganharam força após a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) divulgar uma nota, no último domingo, em que levantou a suspeita de que o metanol usado para adulterar bebidas alcóolicas pode ser o mesmo usado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) para batizar combustíveis.
A associação diz que a prática de contrabando não é exclusiva do PCC e que outras facções do país cometem o crime por todo o Brasil.
O Primeiro Comando da Capital ganhou destaque nas últimas semanas após ser alvo da