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Bebidas com metanol: PF e Governo de SP divergem sobre envolvimento do PCC; entenda

Cinco mortes suspeitas são investigadas, sendo uma confirmada e quatro ainda sob apuração

Bebidas com metanol: PF e Governo de SP divergem sobre envolvimento do PCC

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Augusto Passos Rodrigues, afirmou em entrevista coletiva nesta terça-feira (30) que o envolvimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) nas intoxicações por metanol em São Paulo ainda será investigado.

A superintendência regional da PF em SP instaurou um inquérito policial para apurar as circunstâncias do episódio após ordem do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

Segundo Andrei Augusto Passos Rodrigues, a justificativa da investigação são as possibilidades de ligação com outras unidades federativas e conexão com outras investigações da corporação.

“A questão da interestadualidade e a possível conexão com investigações recentes que fizemos agora, especialmente no estado do Paraná, que se conectaram com outras duas de São Paulo em razão de toda a cadeia de combustível, aonde parte disso passa pela importação de metanol pelo Porto de Paranaguá”, detalhou.

Governo de SP descarta envolvimento do PCC

Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, informou em coletiva de imprensa, também nesta terça-feira, que a participação do PCC em um suposto esquema de venda de bebidas alcoólicas falsificadas com metanol está descartada.

“Só para deixar claro: não há evidência nenhuma de que haja crime organizado nisso. Os inquéritos estão chegando a pessoas que estão trabalhando com a adulteração em destilarias clandestinas”, disse.

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Segundo o governador, esses supostos criminosos de destilarias clandestinas “não tem relação com o crime organizado e não tem relação entre si”.

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“São pessoas que fraudam rotineiramente bebidas e, como a gente tem falado, é um problema estrutural”, afirmou Tarcísio.

Associação citou possibilidade de envolvimento do PCC

A suspeita de participação do PCC foi ventilada pela Associação Brasileira de Combate à Fiscalização (ABCF), que citou, em nota divulgada no domingo (28), a possibilidade de que o metanol usado na adulteração seja o mesmo importado ilegalmente pelo PCC, utilizado para batizar combustíveis.

Cinco mortes suspeitas sob investigação

Segundo Tarcísio de Freitas, estão sob investigação cinco mortes suspeitas por intoxicação de metanol em São Paulo. Uma foi confirmada e quatro ainda estão sendo apuradas. No total, são analisados 22 possíveis casos de contaminação.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia, escreve para Cidades, Brasil e Mundo. Apaixonado por boas histórias e música brasileira.