Os partidos progressistas brasileiros apresentaram, durante a
Amazônia no centro da agenda internacional
O texto afirma que sediar a COP 30 em Belém representa “um ponto de virada histórico” para o Brasil, destacando que o país recuperou credibilidade internacional ao reduzir o desmatamento e as emissões de gases de efeito estufa nos últimos anos. Segundo os partidos, esse avanço só foi possível graças ao fortalecimento de órgãos de fiscalização ambiental, ao combate a crimes na Amazônia e à proteção de territórios indígenas.
A carta reforça que povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, agricultores familiares e comunidades periféricas urbanas devem ser reconhecidos como protagonistas centrais na proteção da sociobiodiversidade. Para eles, não haverá justiça climática sem inclusão desses grupos nas políticas públicas e na definição das prioridades ambientais do país.
O documento adota um tom crítico contra o que chama de “maquiagem ambiental” promovida pelo capitalismo verde. Para os partidos, narrativas empresariais de sustentabilidade não respondem à raiz do problema: a exploração predatória dos recursos naturais. A carta defende que atividades econômicas de alto impacto na Amazônia sejam submetidas a uma tributação mais justa, com fundos destinados diretamente a programas socioambientais e à redução das desigualdades regionais.
Outro ponto central do texto é o repúdio à privatização de recursos essenciais, como água e terras públicas. Os partidos afirmam que transformar bens naturais em mercadorias aprofunda desigualdades, aumenta tarifas e fragiliza o acesso de populações vulneráveis. A postura é classificada como incompatível com a construção de um modelo de desenvolvimento sustentável e democrático.
Ausência de Donald Trump e críticas ao isolamento norte-americano
A carta também traz um recado, onde os partidos lamentam a ausência do presidente dos EUA, Donald Trump, na conferência o que, segundo eles, simboliza uma postura “imperialista” e contrária à cooperação internacional necessária para enfrentar a emergência climática. Sem citar diretamente tensões diplomáticas, o documento sinaliza que o vazio deixado pelos EUA na liderança climática afeta a governança global do tema.
O texto afirma que a chamada “democracia climática” só será possível com participação popular efetiva, respeito aos territórios e defesa dos direitos humanos, especialmente em um contexto de desigualdades socioambientais que afetam de forma mais dura os povos da Amazônia.
Por fim, os partidos afirmam que o Brasil está preparado para liderar um “novo ciclo global” baseado em desenvolvimento sustentável, democracia e inclusão. Para eles, a COP 30 marca o início de uma nova etapa em que a Amazônia deixa de ser vista como fronteira de exploração e passa a ocupar o centro de um projeto nacional estratégico.