Epstein disse ter conversado com Lula na prisão e chamou Bolsonaro de ‘o cara’

Citação aos líderes brasileiros foram encontradas em emails trocados pelo criminoso sexual e revelados pela Câmara dos EUA; Planalto nega afirmação

O empresário Jeffrey Epstein (esq.), o presidente Lula (cen.) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (dir.)

O empresário norte-americano Jeffrey Epstein (1953-2019), condenado por crimes sexuais, disse em um email de 2018 ter conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto o petista estava preso em Curitiba.

O diálogo foi revelado pelo Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos na última quarta-feira (12), que divulgou mais de 20 mil páginas de documentos recebidos dos arquivos de Epstein.

De acordo com o empresário, a ligação teria acontecido por intermédio do linguista e ativista Noam Chomsky, que visitou Lula na cadeia em 20 de setembro de 2018, um dia antes da data de envio do email.

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Na mensagem, Epstein também elogia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), então candidato ao Planalto pelo PSL, chamando de “o cara”.

Leia a tradução da conversa realizada em 21 de setembro de 2018:

  • Epstein: Chomsky me ligou com Lula. Da prisão. Que mundo.
  • Destinatário: Diga a ele que o meu cara vai vencer no primeiro turno.
  • Epstein: Durante a coletiva de imprensa de quinta-feira, uma mensagem de Lula ao Partido dos Trabalhadores (PT) foi transmitida, a respeito da militância da organização.
  • Epstein: Bolsonaro é o cara.

Não é possível saber com quem o empresário conversava, pois o nome foi ocultado no arquivo.

Em nota à Itatiaia, o Palácio do Planalto negou a afirmação de Epstein. “Essa informação não procede. A citada ligação telefônica nunca aconteceu”, declarou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência.

A reportagem também entrou em contato com a defesa de Bolsonaro para ter uma manifestação sobre o caso, mas ainda não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestação.

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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.

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