E-mails de Epstein sobre Trump instauram nova crise no governo norte-americano

Congressistas democratas dos Estados Unidos divulgaram vários e-mails em que Epstein mencionava Trump

Caso Jeffrey Epstein tem preocupado Donald Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, virou assunto nessa quarta-feira (12) novamente devido ao escândalo envolvendo Jeffrey Epstein. Isso porque foram divulgados vários e-mails comprometedores do criminoso condenado por tráfico sexual falando do presidente norte-americano.

Foram cerca de 20 mil páginas divulgadas de documentos republicanos relacionados a Epstein. Agora, Trump enfrenta uma nova crise devido à sua amizade antiga com o financista, que durou de 1990 a 2000.

O e-mais incluem uma mensagem na qual Epstein diz que Trump “sabia sobre as garotas”, referindo-se à alegação do presidente de que teria expulsado o financista de seu clube Mar-a-Lago por assediar funcionárias jovens.

“Eu sei quanto Donald é sujo”, escreveu Epstein em um e-mail enviado a um ex-conselheiro da Casa Branca em 2018. Epstein também falou sobre o estado mental de Trump naquele mesmo ano.

Epstein também trocou e-mails com Steve Bannon sobre o príncipe Andrew, que foi destituído do cargo devido à sua ligação com o caso Epstein, e sobre Trump.

Jeffrey chegou a dizer em um dos e-mails que entregou uma jovem namorada a Trump nos anos 1990. “Minha namorada de 20 anos em 1993, que depois de dois anos eu passei para Donald”, disse ele, linkando para uma página na web sobre a mulher. Jeffrey também teria fotos de Trump e garotas de biquíni na cozinha da casa dele.

Trump nega veementemente as acusações de ligação com o caso de Epstein. Já a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que os e-mais não provam nada.

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Quem é Jeffrey Epstein

Jeffrey Epstein foi um financista americano bem-sucedido. Ele enriqueceu com seu fundo de investimentos, o “Jeffrey Epstein VI Foundation” e convivia com celebridades, políticos, membros da realeza e outras pessoas de renome e fama mundial.

A situação começou a mudar em 2008, quando ele foi condenado por exploração sexual. Ele pagava garotas menores de idade por massagens a pessoas de seu entorno na Flórida. Um acordo judicial secreto o livrou de um julgamento federal e sentenciou a 13 meses de prisão.

O caso mais ruidoso, no entanto, ocorreu em 2019, quando Epstein foi acusado e preso por organizar uma rede de exploração sexual de menores, com as quais manteve relações sexuais em suas propriedades nos Estados Unidos e em outros países. Nomes famosos fariam parte desta rede, como o do Príncipe Andrew, da Inglaterra.

Epstein cometeu suicídio em 2019, pouco depois de ser preso, antes de ser julgado pelos crimes levantados pelo FBI.

‘Epstein files’

Epstein files’, ou arquivos do caso Epstein, é uma forma de fazer referência às investigações sobre a rede de abuso sexual de menores comandada pelo bilionário.

Há documentos que já foram tornados públicos, como a denúncia do FBI divulgada em 2019 que o tornou réu em Nova York por exploração e tráfico sexual de menores. Outros documentos públicos, segundo a BBC Brasil, são de um processo relacionado a Ghislaine Maxwell, ex-namorada de Epstein, que era seu ‘braço direito’ nos crimes.

No entanto, para várias figuras proeminentes da direita norte-americana, o governo do país esconde segredos e documentos relacionados a Jeffrey Epstein. A CNN Brasil explica que, de acordo com essa teoria da conspiração, o governo norte-americano estaria encobrindo uma lista de homens poderosos, uma espécie de “lista de clientes”, ligados a Epstein.

Trump deu força à teoria conspiratória ainda durante as eleições, quando falou em 2024 sobre a possibilidade de divulgar mais arquivos do governo dos EUA sobre o caso.

Saiba mais sobre o caso Epstein e polêmicas com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump:

Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.

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