Uma mulher brasileira revelou ter sido violentada sexualmente por Jeffrey Epstein enquanto vivia em Nova York, aos 14 anos de idade. O bilionário, que foi encontrado morto na prisão em 2019, foi condenado por crimes sexuais em um dos casos mais emblemáticos dos Estados Unidos.
Marina Lacerda, atualmente com 37 anos, revelou à ABC News que foi vítima de Epstein desde os 14 anos. Nessa época, ela vivia uma vida precária em Nova York, nos Estados Unidos.
“Quando ele tem alguém novo em sua vida, ele gosta de ver muito essa pessoa. Então eu fui lá algumas vezes e isso levou a, infelizmente, ele me forçar a fazer sexo com ele”, disse a brasileira, em entrevista à emissora de televisão norte-americana.
“Com Jeffrey Epstein, começa em algum lugar, mas depois termina com você fazendo sexo com ele, gostando ou não”, relatou.
Lacerda, nesta quarta (3), data em que a entrevista foi publicada, se juntou a um grupo de outras oito mulheres que acusam o bilionário de abuso. Em Washington, elas pediam que todos os documentos do caso (os famosos ‘
Ela contou que, aos 14 anos, se dividia em três trabalhos para ajudar em casa e uma amiga teria dito a ela que era possível ganhar 300 dólares caso fizesse massagem em um cara. Esse cara era Epstein e, a partir daí, ela passou a fazer parte do grupo de meninas recrutadas para ir à mansão do empresário.
A brasileira contou à emissora que recebeu milhares de dólares em seus ‘trabalhos’ para Epstein e que frequentemente faltava à escola para ir à casa dele, uma vez que achava que teria melhores oportunidades caso se aproximasse de Epstein. “Foi do trabalho dos sonhos ao pior pesadelo”, lembrou.
Aos 17 anos, ela foi dispensada pelo bilionário, que teria afirmado que ela estava ‘velha demais’.
Brasileira foi procurada duas vezes pelo FBI
Marina já havia prestado depoimento sobre Epstein, mas nunca havia revelado sua identidade. Ela contou que foi procurada pelo FBI em 2008 para falar sobre ele. A mulher, na época, ligou para o bilionário, que contratou um advogado para ela.
Em 2019, ela foi procurada novamente pelo FBI e, dessa vez, falou sobre o caso sem o conhecimento de Epstein.
“Eu teria me sentido muito melhor hoje se eu pudesse ter falado em 2008. Se tivessem me dado a chance de falar, essas mulheres não teriam passado por isso”, disse, emocionada.
Ela pediu transparência e que todos os documentos envolvendo Epstein fosse revelado. “Não é só pelas vítimas, mas para o povo americano”, disse.
Quem é Jeffrey Epstein
Jeffrey Epstein foi um financista americano bem-sucedido. Ele enriqueceu com seu fundo de investimentos, o “Jeffrey Epstein VI Foundation” e convivia com celebridades, políticos, membros da realeza e outras pessoas de renome e fama mundial.
A situação começou a mudar em 2008, quando ele foi condenado por exploração sexual. Ele pagava garotas menores de idade por massagens a pessoas de seu entorno na Flórida. Um acordo judicial secreto o livrou de um julgamento federal e sentenciou a 13 meses de prisão.
O caso mais ruidoso, no entanto, ocorreu em 2019, quando Epstein foi acusado e preso por organizar uma rede de exploração sexual de menores, com as quais manteve relações sexuais em suas propriedades nos Estados Unidos e em outros países. Nomes famosos fariam parte desta rede, como o do Príncipe Andrew, da Inglaterra.
Epstein cometeu suicídio em 2019, pouco depois de ser preso, antes de ser julgado pelos crimes levantados pelo FBI.
‘Epstein files’
‘Epstein files’, ou arquivos do caso Epstein, é uma forma de fazer referência às investigações sobre a rede de abuso sexual de menores comandada pelo bilionário
Há documentos que já foram tornados públicos, como
No entanto, para várias figuras proeminentes da direita norte-americana, o governo do país esconde segredos e documentos relacionados a Jeffrey Epstein. A CNN Brasil explica que, de acordo com essa teoria da conspiração, o governo norte-americano estaria encobrindo uma lista de homens poderosos, uma espécie de “lista de clientes”, ligados a Epstein.
Trump deu força à teoria conspiratória ainda durante as eleições, quando falou em 2024 sobre a possibilidade de divulgar mais arquivos do governo dos EUA sobre o caso.
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