Vítimas do criminoso sexual americano
O anúncio foi feito nessa última quarta-feira (3).
O presidente
“Isso é uma farsa interminável dos democratas”, declarou Trump a jornalistas na
Os comentários de Trump coincidiram com a coletiva de imprensa das vítimas de Epstein nas escadarias do Capitólio em Washington, onde algumas falaram publicamente pela primeira vez sobre os abusos sexuais sofridos.
As vítimas exigiram maior transparência do Departamento de Justiça e a divulgação de todos os arquivos da investigação do caso, assim como a aprovação de uma lei pelo Congresso que obrigue sua publicação.
“Não há farsa nenhuma. O abuso foi real”, declarou Haley Robson, recrutada para fazer massagens sexuais em Epstein quando tinha 16 anos.
Epstein morreu em uma prisão de Nova York em 2019 enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual de menores.
Muitos apoiadores de Trump ficaram indignados depois que o FBI e o Departamento de Justiça declararam em julho que Epstein havia se suicidado, que ele não havia chantageado nenhuma figura proeminente e que não mantinha uma “lista de clientes”.
“Reuniremos confidencialmente os nomes que todos sabemos que estavam regularmente no ambiente de Epstein”, disse Lisa Phillips, outra vítima. “Exigimos responsabilidades.”
“O tempo deles acabou”
Robson condenou a passividade estatal no caso. “Estamos esperando há 20 anos que façam algo”, disse. “E sabe de uma coisa? O tempo deles acabou, e agora nós mesmas faremos.”
“Se quiserem me dar uma lista, irei ao Capitólio, ao plenário da Câmara dos Representantes, e direi todos os nomes de quem abusou dessas mulheres”, prometeu, por sua vez, Marjorie Taylor Greene, legisladora republicana da Geórgia.
Bradley Edwards, advogado de várias vítimas de Epstein, disse que não acreditava que o financista tivesse uma lista de “clientes” aos quais fornecia mulheres menores de idade. “Não acredito que ele registrasse os nomes dessas pessoas”, afirmou Edwards. “Simplesmente não funcionava assim.”
Trump foi amigo de Epstein e, segundo o Wall Street Journal, o nome do presidente estava entre as centenas encontrados durante uma revisão do Departamento de Justiça dos arquivos do financista, embora não tenham sido encontradas provas de irregularidades.
Há anos, o caso Epstein mobiliza seguidores de Trump, que acusam as elites do “estado profundo” - redes de poder não autorizadas e muitas vezes secretas- , de proteger pessoas ligadas ao Partido Democrata e a Hollywood.
A coletiva das vítimas foi realizada um dia depois de o Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes publicar o primeiro lote de documentos da investigação sobre Epstein e sua cúmplice, Ghislaine Maxwell, que cumpre uma condenação de 20 anos de prisão por recrutar menores de idade para o financista.
Com Agência AFP
(Sob supervisão de Marina Dias)