O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, fez uma reclamação pública sobre o corte de verbas do governo federal para a área da segurança. “Sem dinheiro não se faz segurança pública”, desabafou o ministro aos senadores.
Em participação na CPI do Crime Organizado, no Senado, nesta terça-feira (9), o ministro do governo Lula afirmou que o contingenciamento de recursos afeta diretamente a atuação das forças de segurança.
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“Uma das propostas do governo foi constitucionalizar o fundo da segurança pública, para que essas verbas sejam perenes e não contingenciáveis. Em 2022 tínhamos R$2 bilhões no fundo de segurança pública, em 2025 tivemos um aumento pequeno, para R$ 2,4 bilhões, isso não é nada. Nós temos 1,4 mil estabelecimentos prisionais, temos mais 700 mil presos. As autoridades fazendárias houveram por bem de contingenciar em R$100 milhões no fundo penitenciário e R$ 400 milhões no fundo de segurança pública. Ou seja, quase meio bilhão de contingênciamento. Ou seja, estamos de mãos amarradas”, disse Lewandowski.
Problema que se arrasta no Brasil, diz ministro
O ministro citou uma conversa com o ministro Rui Costa (PT), ex-governador da Bahia, para avaliar como os recursos disponíveis para a área da segurança estão aquém do necessário. Lewandowski afirmou que a falta de verbas para a segurança pública é um antigo problema do Brasil e que a falta de investimentos no combate à criminalidade é uma questão de vários governos.
“Outro dia, em uma reunião ministerial no governo, mostrando esses dados pífios do ponto de visto em segurança, algo que não é deste governo, vem de anos, ninguém quer investir em segurança, o ministro que foi ex-governador da Bahia questionou: ‘Como assim, só a Bahia tem R$ 8 bilhões para a segurança, como é que o Brasil tem no seu fundo só R$ 2,4 bilhões e com contingenciamento de R$ 400 milhões?’. Sem recursos não é possível enfrentar crime organizado. Sem dinheiro não se faz segurança”, afirmou Lewandowski.