O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (9) que a impressão do documento conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”, que segundo a Procuradoria-Geral da República previa o assassinato de autoridades, não foi feita “para fazer barquinho de papel”.
A declaração ocorreu durante o voto de Moraes no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete aliados, acusados de articular uma tentativa de golpe após as eleições de 2022.
De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o plano previa os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio Moraes.
“Não é crível, não é razoável, achar que Mario Fernandes imprimiu no Palácio do Planalto, se dirigiu ao Palácio da Alvorada, onde estava o presidente, ficou uma hora e seis minutos, e fez barquinho de papel com a impressão do ‘Punhal Verde e Amarelo’. Isso é ridicularizar a inteligência do Tribunal”, afirmou Moraes.
Segundo a Polícia Federal, o texto impresso por Mario Fernandes no Palácio do Planalto fazia parte de um plano mais amplo discutido por militares aliados de Bolsonaro, com encontros realizados, inclusive, na casa do general Braga Netto.
O documento indicava ações para “provocar colapso orgânico” por meio de substâncias químicas, o que, segundo os investigadores, seria uma referência a envenenamento.
O STF retomou nesta terça-feira o julgamento dos oito réus. Moraes, relator do caso, foi o primeiro a votar. Na sequência, votam os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por último, Cristiano Zanin.