O anúncio de que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi escolhido para assumir a liderança da minoria no Congresso abriu um impasse na Câmara dos Deputados. A indicação, feita pela atual líder Caroline de Toni (PL-SC), foi recebida com cautela pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que classificou o caso como “atípico” e avisou que a análise ficará a cargo da Mesa Diretora.
Ponto central
Eduardo está morando nos Estados Unidos, onde atua em articulação com aliados do ex-presidente Donald Trump.- Ele é investigado por pedir sanções contra o Brasil e contra o ministro Alexandre de Moraes (STF).
- Técnicos do Legislativo avaliam que a escolha pode ser uma estratégia para blindá-lo de processo de cassação por faltas.
Declarações de Hugo Motta
O presidente da Câmara adotou tom de prudência ao comentar a situação: “Não podemos decidir com base em especulação. Assim que houver comunicação oficial da liderança da minoria, vamos ouvir os partidos de oposição e, no momento adequado, a presidência se manifestará”, disse.
Como foi a escolha
Caroline de Toni renunciou ao cargo para transferir a função a Eduardo Bolsonaro. - O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), informou que Caroline continuará atuando como vice-líder e representará Eduardo quando ele não estiver presente.
- O gesto foi interpretado como demonstração de apoio político, mas também levantou questionamentos sobre a real intenção da mudança.
Regras do mandato em jogo
A Constituição prevê que deputados que faltarem a um terço das sessões podem perder o mandato. Porém:
- Atos da Mesa de 2015 estabelecem que as ausências de líderes são automaticamente justificadas.
- O texto não trata, contudo, de casos em que o parlamentar reside fora do país.