O prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (MDB), cidade do litoral de São Paulo, negou que o
Em coletiva realizada após o enterro nesta terça-feira (16), Mourão disse que não acredita que o crime tenha relação com o
“Ele estava calmo, tranquilo, nunca falou que estava sofrendo nenhuma pressão, que estava com medo de alguma coisa. Ele tinha a rotina dele, chegava cedo, saia à tarde”, afirmou.
Em seguida, o prefeito afirmou que o
Ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes sofria com ameaças desde 2019 Delegado executado em SP: polícia identifica 2º suspeito de participar do crime Lewandowski coloca PF a disposição após morte de ex-delegado em SP: ‘Execução brutal’
Linhas de investigação
A força-tarefa criada para investigar o assassinato do ex-delegado geral Ruy Ferraz Fontes apura a ligação de um líder do PCC que deixou um presídio federal há um mês com o crime. A informação foi confirmada ao Estadão por fontes na área da segurança pública.
A investigação não descarta nenhuma possibilidade, mas trabalha com duas suspeitas principais: uma reação do Primeiro Comando da Capital (PCC) ou retaliação por sua atuação na prefeitura de Praia Grande (SP), onde era secretário de Administração. Não é descartada, porém, nenhuma linha de investigação.
Como delegado, Ferraz Fontes ficou conhecido por seu trabalho contra o PCC. Em 2006, foi o responsável por indiciar toda a cúpula da facção, incluindo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, antes de os bandidos serem isolados na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP). Em 2019, quando Marcola foi transferido para um presídio federal, ele era o delegado-geral, cargo que ocupou até 2022.
Em outra linha de apuração, os investigadores acreditam que o crime possa ter elo com uma licitação, que teria prejudicado uma entidade ligada aos criminosos. Ferraz Fontes era secretário municipal de Administração de Praia Grande desde 2023, em um cargo não ligado à segurança.
Ferraz Fontes foi perseguido pelos criminosos após sair do trabalho, na prefeitura, e colidiu contra um ônibus na tentativa de escapar dos bandidos. Conforme os investigadores, as imagens mostram que a execução foi feita por um grupo treinado: três criminosos saíram do carro, armados com fuzis, para assassinar Ferraz Fontes, e outro bandido ficou no automóvel, para dar retaguarda.
O veículo do ex-delegado-geral, um Fiat Argo preto, não era blindado. Um dos carros usados pelos criminosos foi encontrado depois, mas havia sido queimado. Uma mulher e o filho também foram atingidos durante o atentado. “Foram muitos tiros”, disse uma testemunha, da família dessas vítimas.
O caso foi registrado junto à Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Praia Grande e será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com apoio de demais departamentos.
Com informações de Estadão Conteúdo