O cabo da Polícia Militar (PM) suspeito de
A juíza Cristiane Soares de Brito apontou, em sua decisão, que a “gravidade concreta da conduta do autuado, que, mesmo na condição de policial militar, ingeriu bebida alcoólica, conduziu veículo automotor em tais condições, atropelou a vítima, levando-a ao óbito, e evadiu do local sem prestar socorro” tornou a conversão da prisão em flagrante em preventiva imprescindível.
Segundo a decisão, o fato do suspeito ser um policial militar “acentua a reprovabilidade da conduta e justifica maior rigor na análise da necessidade da prisão preventiva, uma vez que a Constituição Federal, em seu artigo 144, atribui às forças policiais a missão de preservar a ordem pública e a incolumidade das pessoas”.
“Assim, daquele que exerce a função pública de agente da lei se espera conduta compatível com o dever legal e ético de proteção à sociedade. Ao agir em flagrante descompasso com tais deveres, o autuado demonstra periculosidade acentuada e risco concreto à ordem pública”, determinou.
Além disso, foi definido na audiência que o fato do policial ser réu primário, sem antecedentes, não é suficiente para evitar a prisão preventiva.
“A dinâmica dos fatos, marcada pela fuga do local do atropelamento sem prestar socorro e pela posterior localização do autuado em uma boate (local para o qual, segundo os autos, dirigiu-se imediatamente após a ocorrência), e com indícios de embriaguez, evidencia não somente uma completa indiferença em relação à conduta praticada e às consequências dela advindas, caracterizadas por uma notória gravidade, mas também denota a ausência de senso de responsabilidade e risco real de reiteração delitiva, incompatíveis com a sua soltura”, apontou a juíza.
O crime
Imagens de circuito de segurança flagraram o
Imagens de circuito de segurança registraram o momento em que o motorista desce de um Honda Civic branco, na rua Barcelona, bairro Santa Cruz, e se aproxima da vítima caída no chão. Em seguida, ele chuta o homem, retorna ao carro e foge.
Quando os militares chegaram,
Veja o vídeo do atropelamento:
🎥Imagens cedidas à Itatiaia
— Itatiaia (@itatiaia) September 16, 2025
Veja o momento; pic.twitter.com/FoDBb0EZFL
Mais tarde, os policiais localizaram o veículo envolvido no atropelamento estacionado em uma praça. O condutor foi identificado como cabo da PM lotado no 18º Batalhão.
Ele foi encontrado em uma boate próxima, na avenida Londres, também em Contagem.
Segundo a Polícia Civil, o militar se recusou a fazer o teste do bafômetro. Ele afirmou que havia ingerido bebida alcoólica na tarde anterior, mas disse não se lembrar de ter atropelado ninguém.
Corregedoria acompanha o caso
De acordo com a corporação, a Corregedoria acompanha o caso. Em nota, a PM informou que adotou as providências cabíveis, como preservação do local, acionamento do Corpo de Bombeiros, SAMU e perícia, além de realizar rastreamento para localizar o veículo envolvido.
“Após diligências, o suspeito, policial militar de folga e à paisana, foi localizado e conduzido à Polícia Judiciária, por se tratar de crime comum e não militar”, afirmou a corporação.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) disse que o suspeito teve a prisão em flagrante ratificada pelos crimes de embriaguez ao volante, homicídio culposo e omissão de socorro.
O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico-legal Dr. André Roquette para ser submetido a exames de necropsia e identificação.