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Com a aproximação, Álvaro Damião e Lula retomam uma parceria administrativa e política construída entre Lula e o prefeito Fuad Noman (PSD), falecido em março deste ano. Álvaro quer recursos para a capital mineira destinados a obras de contenção de encostas, para investimentos em moradia e saneamento nas vilas e favelas, no Rodoanel e na expansão do metrô. Lula quer fazer as entregas para a capital mineira e quer apoio político de Damião para 2026.
Ao mesmo tempo, com esse movimento de aproximação a Lula, Álvaro Damião sinaliza autonomia política em relação à federação União Progressista, dirigida por Antonio Rueda e Ciro Nogueira, que anunciou que deixaria o governo federal. Tal desembarque da federação União Progressista ainda não aconteceu. E na medida em que o governo Lula melhora os seus índices de aprovação, poderá demorar.
Como principal liderança eleita do União em Minas, Damião tem expectativa de comandar a federação no estado. Até aqui, não se viabilizou. A aproximação entre Lula e Damião sugere uma aliança, em Minas, em torno da candidatura ao Palácio Tiradentes de Rodrigo Pacheco, quem o indicou e construiu a chapa vencedora entre PSD e União à Prefeitura de Belo Horizonte em 2024.
Álvaro Damião representa um dique de contenção no estado à articulação do vice-governador Mateus Simões (Novo), também candidato ao governo de Minas, que trabalha para ter a federação União Progressista em sua coligação. Mateus Simões também tenta filiar ao PSD.
Entre apoiadores de Rodrigo Pacheco, a avaliação é de que Mateus Simões tenta se filiar ao PSD porque poderá perder o controle da federação União Progressista em Minas, que também será disputada por Álvaro Damião.
Além disso, no embate que se configura ao Palácio Tiradentes, no campo bolsonarista, Mateus Simões vem tentando, mas ainda não conseguiu unidade: duas candidaturas estão postas – a do senador Cleitinho (Republicanos) e a do deputado federal Nikolas Ferreira (PL).
Por causa disso, Mateus Simões se volta ao eleitorado do centro e passa a disputá-lo com Rodrigo Pacheco. Tenta tomar o partido do senador; e como troco, recebe a sinalização de que Pacheco tem capital político para disputar a federação União Progressista em Minas.