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Haddad sobe o tom contra o Congresso e rebate crítica de que o governo aumenta imposto

Ministro disse ainda que o governo vai fechar brechas criadas por ‘jabutis’ dos parlamentares

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, subiu o tom nesta segunda-feira (30) contra o Congresso Nacional e rebateu as críticas de que o governo aumenta impostos, acentuada pela derrubada do decreto que previa o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

“Nós vamos fechar todas as brechas que são criadas por jabutis. No Brasil, o jabuti é órfão de pai e mãe. Ninguém assume a paternidade de um jabuti. Ele aparece numa lei, em geral, para favorecer um grande empresário”, declarou o chefe da equipe econômica durante o lançamento do Plano Safra para a agricultura familiar, no Palácio do Planalto.

A fala vem após os parlamentares derrubarem o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos chamados jabutis, trechos que não têm conexão com o tema principal de um projeto de lei, em uma proposta sobre a geração de energia eólica em mar aberto (offshore). A medida pode elevar as contas de luz.

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“Para tirar esse jabuti do ordenamento jurídico, é um parto. Cada vez que a gente sequestra esse jabuti, tira da árvore e remove do ordenamento político, tem a grita do andar de cima de que é aumento de imposto”, completou.

Mais cedo nesta segunda, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), publicou um vídeo nas redes sociais para rebater a estratégia do governo de atribuir ao Congresso uma resistência à “justiça tributária” ao derrubar o decreto do IOF.

“Quem alimenta o ‘nós contra eles’ acaba governando contra todos. A polarização política tem cansado muita gente e agora querem criar a polarização social”, declarou.

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.