Os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux tiveram uma acalorada discussão durante o intervalo da sessão de quarta-feira (15) no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele chegaram a trocar ironias e palavras ofensivas, como “figura lamentável” e “procure uma terapia”.
A informação foi divulgada pela coluna da jornalista Mônica Bergâmo, da “Folha de S.Paulo” confirmada pela reportagem da Itatiaia.
O embate no intervalo de uma sessão do STF foi presenciado por outros ministros, que relataram um clima de constrangimento entre os integrantes do tribunal.
Pedido de vista irrita Gilmar
O bate-boca começou quando Mendes perguntou de forma irônica para Fux o motivo de ele ter interrompido o julgamento de um recurso à decisão que transformou o ex-juiz e atual senador Sergio Moro em réu por calúnia.
O julgamento acontece em plenário virtual e trata de falas de Moro contra Gilmar Mendes. Até agora são quatro votos pela rejeição de um pedido de Moro para suspender a ação. Com o pedido de vista de Fux, o julgamento ficará suspenso por até 3 meses.
Segundo a coluna de Bergamo, Gilmar sugeriu a Fux um “tratamento com terapia para se livrar da Lava Jato”. Em seguida, teria sugerido que Fux deveria “enterrar” o assunto “do Salvador”, se referindo a um ex-funcionário do gabinete do ministro que foi citado em uma delação premiada e que foi demitido por Fux.
Fux teria reagido explicando que pediu vista no caso de Moro para examiná-lo melhor e reclamou de falas críticas de Gilmar em vários lugares e ocasiões. Gilmar rebateu dizendo que fala mal de Fux publicamente e não pelas costas, por considerar o colega de tribunal “uma figura lamentável”.
Alguns ministros que estavam na sala de lanches no momento do embate deixaram o local.
Fux deixa o plenário
Com o retorno da sessão plenária do STF sobre um outro processo em pauta, Gilmar começou a fazer críticas à Operação Lava Jato quando Fux se levantou e deixou o plenário.
Os ministros estavam julgando um caso sobre valores obtidos através de condenações em ações da Justiça do Trabalho não serem destinados a um fundo específico, como prevê a lei, e Gilmar voltou a criticar a Lava Jato.
(Com agências)
