Uma semana após a
Imagens enviadas à Itatiaia nesta sexta-feira (10) mostram faixas instaladas nas bases eleitorais dos
As imagens obtidas pela reportagem são de protestos contra Cleiton Xavier (MDB); Irlan Melo (Republicanos); Neném da Farmácia (Mobiliza); Rudson Paixão (Solidariedade); Tileléo (PP) e Wanderley Porto (PRD).
Além dos nomes citados, outros seis signatários do projeto que decidiram votar contra o texto e o derrubaram em primeiro turno. São eles: Arruda (Republicanos); Diego Sanches (Solidariedade); Michelly Siqueira (PRD); ; Janaína Cardoso (União Brasil); Leonardo Ângelo (Cidadania); e Osvaldo Lopes (Republicanos).
As faixas não são assinadas e nenhum movimento assumiu a autoria dos protestos. Os vereadores citados, contudo, questionam que elas tenham sido confeccionadas por moradores dos bairros que eles representam.
O projeto da tarifa zero começou a tramitar na Câmara Municipal de Belo Horizonte em fevereiro, primeiro mês desta legislatura, e avançou na Casa sob
O texto chegou ao plenário na última sexta-feira (30) com a assinatura de 22 vereadores. Na votação final, ele foi derrotado por 30 a 10. Os parlamentares que mudaram de ideia citaram ter percebido, ao longo da tramitação, que a proposta não era economicamente viável.
O PL 60/2025 determinava a criação de um Fundo Municipal de Melhoria da Qualidade e Subsídio ao Transporte Coletivo (FSTC) e da taxa do Transporte Público (TTP) como forma de financiá-lo.
Na prática, a lei substituiria o pagamento de vale-transporte por empresas sediadas na cidade para estabelecer o pagamento de um valor fixo de R$ 168,82 mensais para cada funcionário de organizações com mais de nove pessoas em seu quadro de trabalhadores.
O montante acumulado com essas medidas, somado aos subsídios do poder público, permitiriam a gratuidade nas passagens, segundo os cálculos apresentados na proposta. O projeto foi inicialmente apresentado na Casa pela
O que dizem os vereadores citados nas faixas
A Itatiaia procurou todos os seis vereadores citados nos protestos. As respostas dos parlamentares manifestam em uníssono a percepção de que os textos não representam a voz das comunidades onde foram instalados.
O vereador
“Esses movimentos de esquerda favoráveis a Tarifa Zero têm promovido ações que não são apenas contra os vereadores, mas contra a própria cidade de Belo Horizonte. Primeiro, ao defenderem um projeto inviável, que afastaria empresas da cidade ao criar uma nova taxa para quem gera empregos, o que inevitavelmente aumentaria o desemprego. Segundo, porque os recursos para bancar o projeto precisariam sair de algum lugar: seria da saúde? Da educação? Agora, com a colocação de faixas espalhadas pela cidade, cometem outro absurdo. Sujam o espaço público, desrespeitam as leis vigentes e ainda tentam impor uma narrativa mentirosa para enganar a população. Já foram identificados um motoqueiro responsável por afixar as faixas e a empresa que as confeccionou”, disse à Itatiaia.
“Eu não sei quais moradores eu traí. até porque quem colocou essa faixa não mora no Betânia e não conhece a realidade do Betânia. Outra coisa é a discussão de mérito em relação a o projeto, que não para em pé, não tem fonte de custeio e infelizmente não conseguiu demonstrar que é viável. Querer fazer graça com chapéu dos outros é muito fácil. Não entendo porque não colocar faixas nas bases eleitorais de quem votou a favor parabenizando os vereadores. Isso na verdade é tudo um plano de querer difamar pessoas com fins eleitorais, mas a gente tá acostumado com isso”, disse o parlamentar.
Corroborando os colegas, Cleiton Xavier defendeu seu voto contrário ao projeto e classificou a tarifa zero como uma medida eleitoreira para favorecer vereadores que pretendem se candidatar nas eleições gerais de 2026.
“Esse é um golpe baixo. Infelizmente, a esquerda trabalha de forma contrária ao Estado Democrático de Direito porque não respeita o voto e a opinião que são prerrogativas do parlamentar. Infelizmente foi um projeto populista eleitoreiro para criar palanque para 2026. Diante da irresponsabilidade com orçamento da cidade é que eu votei contra. O eleitor de Belo Horizonte consciente não cai em narrativas da esquerda”, afirmou.
Rudson Paixão classificou o protesto como um ‘boicote covarde e desleal’. Ele ainda criticou o caráter anônimo da manifestação e disse que os votos contrários ao PL da tarifa zero foi uma manifestação de responsabilidade com o orçamento da cidade.
"É lamentável ver pessoas disseminando desinformação sem sequer ter a hombridade de se identificar, ferindo inclusive o Código de Posturas do nosso município e desrespeitando a lei. Trata-se de uma ação anônima e irresponsável, que busca manchar a imagem de vereadores que agiram com responsabilidade e compromisso ao avaliar, com atenção e seriedade, o Projeto Tarifa Zero. Se o mesmo empenho utilizado para espalhar mentiras fosse direcionado para fazer o bem, nossa cidade certamente estaria muito melhor”, declarou o vereador.
A Itatiaia entrou em contato com Neném da Farmácia e Tileléo e mantém o espaço aberto para manifestações dos parlamentares citados nos protestos.