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‘Esse relator irá ignorar as sanções praticadas’, diz Moraes após ser alvo de Trump

Ministro criticou o que classificou como “traidores da pátria” que, segundo ele, tentam um ‘tirânico arquivamento para beneficiar determinadas pessoas’

Ministro Alexandre de Moraes, do STF, durante a reabertura dos trabalhos do judiciário na sexta-feira (1)

Após ser alvo de sanções pelo governo do Estados Unidos e ser classificado como um juiz ‘autoritário’ e ‘antidemocrático’ pelas autoridades norte-americanas e o próprio presidente dos EUA, Donald Trump, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, respondeu nesta sexta-feira (1) ao que chamou de ‘ameaças’ ao judiciário brasileiro e disse que não irá se intimidar. O ministro é o relator da ação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu por uma tentativa de golpe de estado após a derrota eleitoral em 2022.

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Durante discurso na abertura dos trabalhos do judiciário, o ministro disse que irá ignorar as sanções aplicadas a ele pelo governo dos Estados Unidos e manterá sua conduta no processo que envolve o ex-presidente.

“As ações prosseguirão. O rito processual do Supremo Tribunal Federal não se adiantará, não se atrasará, o rito processual do Supremo Tribunal Federal irá ignorar as sanções praticadas”, disse o ministro.

“Esse relator vai ignorar as sanções que foram aplicadas e continuar trabalhando como vem fazendo, tanto no plenário quanto na primeira turma, sempre de forma colegiada, diferentemente das mentiras, das inverdades, da desinformação, e como bem citou o ministro nosso decano, ministro Gilmar Mendes, a desinformação das redes sociais. E o processo legal no Supremo Tribunal Federal é sempre realizado pelo colegiado”, se justificou em seguida.

Moraes criticou ainda o que classificou como “traidores da pátria” que, segundo ele, tentam um “tirânico arquivamento para beneficiar determinadas pessoas que se acham acima da Constituição”.

O ministro afirmou ainda que a articulação é uma medida típica de “milicianos do submundo do crime” e destacou que os envolvidos na tentativa de golpe de Estado serão “integralmente” responsabilizados.

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.