‘Ele faz o que quiser nesse país’, diz Bruno Engler sobre Moraes após prisão de Bolsonaro

Deputado estadual pelo PL, Bruno Engler disse ter recebido a notícia da prisão do ex-presidente com ‘indignação’ e ‘surpresa’

Jair Bolsonaro gravou vídeos para pedir voto em Bruno Engler (PL)

Após a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado estadual pelo Partido Liberal (PL) em Minas Gerais, Bruno Engler, disse, em entrevista à Itatiaia, que o ministro Alexandre de Moraes “faz o que ele quer nesse país”. O ex-presidente foi preso na manhã deste sábado (22) pela Polícia Federal após descumprir medidas cautelares.

O despacho afirma que a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), na frente do condomínio do pai, era um pretexto para causar desordem pública e facilitar uma fuga. Quando questionado sobre a possibilidade de Flávio Bolsonaro também ser preso, o parlamentar disse que as ações do ministro são imprevisíveis.

“A lei no Brasil já deixou de valer há muito tempo. A Constituição já foi rasgada há muito tempo. Se amanhã o Alexandre de Moraes decidir que ele não vai com a cara do Flávio, ele manda prender o Flávio. Se amanhã ele decidir que ele não vai com a minha cara, ele manda me prender. Ele faz o que ele quiser nesse país. Então, não tem como prever”, afirmou o deputado Bruno Engler à Itatiaia.

O parlamentar também disse que a prisão preventiva de Bolsonaro se trata de mais um “abuso” e mais uma “perseguição de Alexandre de Moraes” contra o ex-presidente. De acordo com o Bruno Engler, em entrevista à Itatiaia, o Bolsonaro foi punido por “ação de terceiro”, já que foi senador Flávio Bolsonaro (PL) quem convocou a vigília.

“Isso aí é um escárnio, é um total desrespeito ao Estado Democrático de Direito. Primeiro que o presidente Bolsonaro está sendo punido por ação de terceiro. Não foi ele quem chamou a vigília, foi seu filho Flávio. E segundo, vigília de oração é crime, onde? Eu até faço um questionamento, quão endemoniado você tem que ser para ficar tão indignado com a vigília de oração que você determina a prisão de alguém”, afirmou.

Prisão de Bolsonaro

Segundo a decisão de Moraes, a prisão preventiva foi decretada porque Jair Bolsonaro descumpriu as medidas cautelares da prisão domiciliar.

De acordo com informações do Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal, o ex-presidente também tentou romper a tornozeleira eletrônica por volta das 00h deste sábado (22).

“A informação consta da intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”, disse Moraes.

Vale lembrar que essa prisão não se trata da pena da condenação por tentativa de golpe, no qual Bolsonaro recebeu 27 anos e três meses de prisão. É possível que ele fique na PF até segunda-feira (24), quando acaba o prazo dos recursos do julgamento do golpe.

Em nota, a defesa de Bolsonaro afirmou que recebeu a decisão com “profunda perplexidade” e que vai recorrer. Os advogados também tentavam que a condenação em regime fechado pela tentativa de golpe fosse revertida em prisão domiciliar, mas o pedido foi negado por Moraes.

“Apesar de afirmar a “existência de gravíssimos indícios da eventual fuga”, o fato é que o ex-Presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais. Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco”, disseram os advogados.

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Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas
Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.
Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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