‘Nós vamos reagir’, diz Sóstenes, líder do PL na Câmara, após prisão de Bolsonaro

Parlamentar lamentou a prisão do ex-presidente e relembrou a pauta da anistia; Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (22)

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante

O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara de Deputados, Sóstenes Cavalcante, lamentou a prisão do ex-presidente, Jair Bolsonaro, neste sábado (22), e falou sobre uma possível reação. O parlamentar participou de um evento já programado do partido nesta manhã, em Nova Resende, no Sul de Minas Gerais.

Em entrevista coletiva, Sóstenes falou que muitos deputados estão cancelando os compromissos para ir a Brasília. “Até o fim da noite nós teremos todas as direções orientadas pelo nosso presidente Valdemar do que nós faremos a partir de segunda-feira”, ressaltou à TV Resende Web.

“Nós lamentamos muito a prisão injusta do presidente Bolsonaro, simplesmente porque foi anunciada uma vigília de oração pelo seu filho Flávio. A gente já sabe que toda vez que é anunciada vigília, o demônio se levanta. Se levantou mais uma vez o demônio, mas ele se levantou para cair”, continuou.

O parlamentar também lembrou a pauta da Anistia, que tem texto atribuído a ele. O projeto prevê a suspensão de todas as inelegibilidades impostas pela Justiça Eleitoral, além de extinguir investigações, processos e condenações relacionadas a atos ocorridos desde 14 de março de 2019 até a data de entrada em vigor da lei.

“Mas, com certeza, vamos obstruir os trabalhos para que finalmente o presidente Hugo Motta possa entender a importância da anistia, porque não é justo a prisão da forma que foi feita. Simplesmente foram doses de morfina aplicadas pelo Alexandre Moraes para que não houvesse uma reação, justo num sábado, dia 22, coisa de alguém que é um psicopata de alto grau. É lamentável essa decisão e nós vamos reagir”, afirmou.

Prisão de Bolsonaro

Segundo a decisão de Moraes, a prisão preventiva foi decretada porque Jair Bolsonaro descumpriu as medidas cautelares da prisão domiciliar. O despacho afirma que a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), na frente do condomínio do pai, era um pretexto para causar desordem pública e facilitar uma fuga.

De acordo com informações do Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal, o ex-presidente também tentou romper a tornozeleira eletrônica por volta das 00h deste sábado (22).

“A informação consta da intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”, disse Moraes.

Cabe lembrar que essa prisão não se trata da pena da condenação por tentativa de golpe, no qual Bolsonaro recebeu 27 anos e três meses de prisão. É possível que ele fique na PF até segunda-feira (24), quando acaba o prazo dos recursos do julgamento do golpe.

Em nota, a defesa de Bolsonaro afirmou que recebeu a decisão com “profunda perplexidade” e que vai recorrer. Os advogados também tentavam que a condenação em regime fechado pela tentativa de golpe fosse revertida em prisão domiciliar, mas o pedido foi negado por Moraes.

“Apesar de afirmar a “existência de gravíssimos indícios da eventual fuga”, o fato é que o ex-Presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais. Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco”, disseram os advogados.

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Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas
Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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