Eduardo Bolsonaro diz que prisão de seu pai não vai interferir na redução de tarifas

Jair Bolsonaro teve a prisão preventiva decretada neste sábado (22)

Eduardo Bolsonaro falou sobre a prisão preventiva do pai

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) falou neste sábado (22) que as negociações sobre as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump em produtos brasileiros não serão influenciadas após prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em entrevista à CNN Brasil, Eduardo relatou que a redução da sobretaxa de 40% sobre a exportação de determinados produtos agrícolas brasileiros, definida pelo republicano “não foi uma vitória exclusivamente do Brasil”.

“No âmbito das tarifas, eu acho que a prisão do Bolsonaro não irá influir, mas, certamente, no jogo político os bastidores começam a esquentar”, disse o deputado.

Segundo ele, apesar da prisão não influenciar nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, a imagem do Supremo Tribunal Federal (STF) está ficando desgastada internacionalmente.

Redução de taxas

Na quinta-feira (20), Donald Trump anunciou que vai reduzir a sobretaxa de 40% sobre a exportação de alguns produtos brasileiros.

De acordo com o republicano, a decisão foi tomada após considerar informações e recomendações fornecidas durante as negociações com o governo brasileiro.

“Em meu entendimento, essas modificações são necessárias e apropriadas para lidar com o estado de emergência nacional declarado no Decreto Executivo 14323”, disse Trump.

Trump ainda citou as conversas particulares que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como um dos fatores que contribuíram para ter novas informações sobre o comércio com o Brasil.

Segundo o decreto, as isenções são retroativas ao dia 13 de novembro, prevendo o pagamento de reembolso de acordo com a legislação.

Prisão de Bolsonaro

Jair Bolsonaro (PL) teve a prisão preventiva decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Polícia Federal (PF). A detenção do ex-presidente ocorreu por volta das 6h deste sábado, em sua própria residência, no condomínio Solar de Brasília.

Segundo a decisão de Alexandre de Moraes, presidente do STF, a prisão preventiva foi decretada porque Bolsonaro descumpriu as medidas cautelares da prisão domiciliar. O despacho afirma que a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL) na frente do condomínio do pai, era um pretexto para causar desordem pública e facilitar uma fuga.

De acordo com informações do Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal, o ex-presidente também tentou romper a tornozeleira eletrônica por volta das 00h deste sábado.

“A informação consta da intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”, disse Moraes.

Cabe lembrar que essa prisão não se trata da pena da condenação por tentativa de golpe, no qual Bolsonaro recebeu 27 anos e três meses de prisão. É possível que ele fique na PF até segunda-feira (24), quando acaba o prazo dos recursos do julgamento do golpe.

Em nota, a defesa de Bolsonaro afirmou que recebeu a decisão com “profunda perplexidade” e que vai recorrer. Os advogados também tentavam que a condenação em regime fechado pela tentativa de golpe fosse revertida em prisão domiciliar, mas o pedido foi negado por Moraes.

“Apesar de afirmar a “existência de gravíssimos indícios da eventual fuga”, o fato é que o ex-Presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais. Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco”, disseram os advogados.

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André Viana é jornalista, formado pela PUC-MG. Já trabalhou como redator e revisor de textos, produtor de pautas e conteúdos para rádio e TV, social media, além de uma temporada no marketing.
Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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