Líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias denuncia tentativa de reduzir pena de Bolsonaro

Lindbergh Farias afirmou que a ‘anistia light’ ou PL da dosimetria visa reduzir pena de Jair Bolsonaro

Líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias

O líder do Partido dos Trabalhadores (PL) na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, se posicionou contra a “anistia light” — ou PL da dosimetria — que concede perdão aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Em conversa com a CNN Brasil, Farias explicou que o relator do projeto, Paulinho da Força (Solidariedade), quer reduzir a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro e não dos outros envolvimentos no ato.

“Ele [PL] fala na redução de pena do Bolsonaro. Isso é escandaloso. A legislação é feita sempre de forma genérica, não pode ter desvio de finalidade, para beneficiar uma pessoa. Eles estão pouco se lixando para a turma do 8 de janeiro”, relatou.

Segundo o líder do PT, a chamada ‘anistia light’ é uma tentativa de interferir no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) para diminuir a pena de Jair Bolsonaro.

“Isso é uma brutalidade jurídica, isso é agressão. Eu espero que o presidente da câmara, Hugo Motta, não entre em uma aventura como essa”, disse Lindbergh. “Nós [parlamentares], legalmente, não temos o direito de interferir, de atrapalhar, um processo judicial em andamento. Isso é crime”, concluiu.

Líder do PL na Câmara se pronuncia

O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara de Deputados, Sóstenes Cavalcante, lamentou a prisão do ex-presidente, Jair Bolsonaro, neste sábado (22), e falou sobre uma possível reação. O parlamentar participou de um evento já programado do partido nesta manhã, em Nova Resende, no Sul de Minas Gerais.

Em entrevista coletiva, Sóstenes falou que muitos deputados estão cancelando os compromissos para ir a Brasília. “Até o fim da noite nós teremos todas as direções orientadas pelo nosso presidente Valdemar do que nós faremos a partir de segunda-feira”, ressaltou à TV Resende Web.

“Nós lamentamos muito a prisão injusta do presidente Bolsonaro, simplesmente porque foi anunciada uma vigília de oração pelo seu filho Flávio. A gente já sabe que toda vez que é anunciada vigília, o demônio se levanta. Se levantou mais uma vez o demônio, mas ele se levantou para cair”, continuou.

O parlamentar também lembrou a pauta da Anistia, que tem texto atribuído a ele. O projeto prevê a suspensão de todas as inelegibilidades impostas pela Justiça Eleitoral, além de extinguir investigações, processos e condenações relacionadas a atos ocorridos desde 14 de março de 2019 até a data de entrada em vigor da lei.

“Mas, com certeza, vamos obstruir os trabalhos para que finalmente o presidente Hugo Motta possa entender a importância da anistia, porque não é justo a prisão da forma que foi feita. Simplesmente foram doses de morfina aplicadas pelo Alexandre Moraes para que não houvesse uma reação, justo num sábado, dia 22, coisa de alguém que é um psicopata de alto grau. É lamentável essa decisão e nós vamos reagir”, afirmou.

Prisão de Bolsonaro

Jair Bolsonaro (PL) teve a prisão preventiva decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Polícia Federal (PF). A detenção do ex-presidente ocorreu por volta das 6h deste sábado, em sua própria residência, no condomínio Solar de Brasília.

Segundo a decisão de Alexandre de Moraes, presidente do STF, a prisão preventiva foi decretada porque Bolsonaro descumpriu as medidas cautelares da prisão domiciliar. O despacho afirma que a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL) na frente do condomínio do pai, era um pretexto para causar desordem pública e facilitar uma fuga.

De acordo com informações do Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal, o ex-presidente também tentou romper a tornozeleira eletrônica por volta das 00h deste sábado.

“A informação consta da intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”, disse Moraes.

Cabe lembrar que essa prisão não se trata da pena da condenação por tentativa de golpe, no qual Bolsonaro recebeu 27 anos e três meses de prisão. É possível que ele fique na PF até segunda-feira (24), quando acaba o prazo dos recursos do julgamento do golpe.

Em nota, a defesa de Bolsonaro afirmou que recebeu a decisão com “profunda perplexidade” e que vai recorrer. Os advogados também tentavam que a condenação em regime fechado pela tentativa de golpe fosse revertida em prisão domiciliar, mas o pedido foi negado por Moraes.

“Apesar de afirmar a “existência de gravíssimos indícios da eventual fuga”, o fato é que o ex-Presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais. Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco”, disseram os advogados.

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André Viana é jornalista, formado pela PUC-MG. Já trabalhou como redator e revisor de textos, produtor de pautas e conteúdos para rádio e TV, social media, além de uma temporada no marketing.
Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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