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Eduardo Bolsonaro pode perder mandato? Veja as regras da Câmara sobre faltas

Nos EUA desde março, o filho do ex-presidente está licenciado do cargo e acumula faltas na Casa

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), vetou nesta terça-feira (23) a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como líder da minoria na Casa. A medida era uma uma manobra da oposição para salvar o seu mandato. Morando nos Estados Unidos desde março, Eduardo acumula faltas.

Eduardo alega ser um exilado político. A sua licença, no entanto, expirou em junho. As faltas contam a partir disso. Ao todo, são 23 ausências não justificadas no sistema da Casa.

O que diz a regra

  • O artigo 55 da Constituição Federal determina que tanto deputados quanto senadores podem perder o mandato se deixarem de comparecer a um terço das sessões ordinárias deliberativas de cada sessão legislativa, exceto por aqueles que estão de licença ou em missão autorizada.
  • A sessão corresponde ao ano legislativo, não ao mandato inteiro. Assim, mesmo que Eduardo volte a participar normalmente das sessões deliberativas em 2026, caso já tenha ultrapassado o limite de faltas permitido em 2025, poderá perder o mandato.

Observação: O número de sessões deliberativas de cada ano legislativo varia de acordo com a agenda definida pela Presidência da Câmara no ano em questão.

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Alvo no Conselho de Ética

Eduardo também corre o risco de ser penalizado pelo Conselho de Ética da Casa. Nesta terça, o colegiado pautou processo contra o parlamentar. O pedido foi apresentado pela bancada do PT e pede a instauração do processo e a possível perda de mandato.

Na ação no Conselho, a sigla questiona a permanência de Eduardo nos Estados Unidos e afirma que ele “tem se dedicado de forma reiterada a difamar instituições do Estado brasileiro, com especial virulência contra o Supremo Tribunal Federal e seus ministros”.

Na ação, o PT acusa Eduardo de “influenciar autoridades do governo estadunidense a imporem sanções contra integrantes do Supremo Tribunal Federal, da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal, em represália às investigações que envolvem seu pai e correligionários”.

Jornalista com trajetória na cobertura dos Três Poderes. Formada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), atuou como editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. Atualmente, é coordenadora de conteúdo na Itatiaia na capital federal.